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Marcelo Odebrecht, preso nesta sexta, tem perfil arrojado

Marcelo Odebrecht é considerado um dos homens de negócios mais bem formados e influentes do Brasil e sob sua gestão o grupo atingiu a marca de R$ 100 bilhões em faturamento

Marcelo Odebrecht: "Perplexo". "Pasmo". "Incrédulo". Esses foram alguns dos adjetivos utilizados por presidentes de empresas para definir a reação diante da prisão do presidente do grupo Odebrecht (Germano Lüders/EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2015 às 09h47.

São Paulo - "Perplexo". "Pasmo". "Incrédulo". Esses foram alguns dos adjetivos utilizados por presidentes de empresas para definir a reação diante da prisão do presidente do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht. Herdeiro de uma dinastia de empreiteiros, o empresário é neto de Norberto Odebrecht, que fundou o grupo em 1944, e filho de Emílio Odebrecht, que presidiu a companhia até 2001.

Marcelo Odebrecht é considerado um dos homens de negócios mais bem formados e influentes do Brasil e sob sua gestão o grupo atingiu a marca de R$ 100 bilhões em faturamento. Arrojado, foi ele o responsável por fazer a empresa avançar na petroquímica, com a consolidação da Braskem, na construção de grandes hidrelétricas, e na internacionalização, abrindo novos canteiros de obras em 21 países, incluindo os controversos Cuba e Venezuela, onde o grupo atua com apoio financeiro do BNDES. Sua fortuna pessoal, avaliada em R$ 15 bilhões, o coloca na lista dos 10 mais ricos do País, segundo levantamento do banco UBS em parceria com a Wealth-X.

Não foi à toa que a notícia de sua prisão ontem causou um furor em investidores no Brasil e também pelo mundo. As ações da Braskem caíram 9%. Os títulos externos, que somam R$ 30 bilhões, também foram afetados.

Os bancos fizeram as contas e fecharam as torneiras imediatamente. Os concorrentes já começam a falar em fim do modelo de concessões, proposto há pouco menos de um mês pela presidente Dilma Rousseff.

O baque sobre os ânimos dos executivos do setor leva em consideração justamente a teia de conexões do empresário, bem como o peso e a influência dos negócios do grupo. "Se prenderam o Marcelo, eles devem ter muito mais do que batom na cueca: têm fotos, filmes, digitais, têm de tudo", disse o presidente de uma grande empresa. "Se uma Odebrecht tiver problemas, ela vai levar tudo com ela: bancos, empresas, governo. Vai ser um arrastão."

Um ex-executivo da companhia vaticina: "Se ele quiser, derruba todo mundo. Tudo que está aí". "Mas não acredito que vá fazer", afirma, lembrando a passagem de Ailton Reis, um diretor da Odebrecht que, por volta de 1994, teve uma série de documentos que poderiam comprometer a construtora apreendida em sua casa, em Brasília. Durante a Comissão Parlamentar de Inquérito dos Anões do Orçamento, que investigava propinas pagas a parlamentares para obtenção de emendas, Ailton foi firme, apesar dos documentos, segundo esse executivo.

"A Odebrecht cuida de seus funcionários, dá suporte à família, paga os melhores advogados." A empresa não teve nenhuma acusação confirmada.

Bancos

Ontem (19), o temor entre executivos era de que os bancos restrinjam ainda mais a oferta de crédito - não só para Odebrecht e Andrade Gutierrez, agora alvos da Lava Jato, mas para todo o setor. "Vai ficar mais difícil para a infraestrutura", disse o executivo de uma companhia que não é investigada, mas atua na área. Executivos de bancos confirmaram o temor: "A redução de crédito tende a ser generalizada", disse um deles. Já um executivo que teve a empresa investigada nas primeiras fases lamentava: "Se tivesse sido todo mundo junto no começo, não teria afetado ninguém. Mas dividiram... nós já sofremos e agora são eles que vão sangrar". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Marcelo Odebrecht é considerado um dos homens de negócios mais bem formados e influentes do Brasil e sob sua gestão o grupo atingiu a marca de R$ 100 bilhões em faturamento. Arrojado, foi ele o responsável por fazer a empresa avançar na petroquímica, com a consolidação da Braskem, na construção de grandes hidrelétricas, e na internacionalização, abrindo novos canteiros de obras em 21 países, incluindo os controversos Cuba e Venezuela, onde o grupo atua com apoio financeiro do BNDES. Sua fortuna pessoal, avaliada em R$ 15 bilhões, o coloca na lista dos 10 mais ricos do País, segundo levantamento do banco UBS em parceria com a Wealth-X.

Não foi à toa que a notícia de sua prisão ontem causou um furor em investidores no Brasil e também pelo mundo. As ações da Braskem caíram 9%. Os títulos externos, que somam R$ 30 bilhões, também foram afetados.

Os bancos fizeram as contas e fecharam as torneiras imediatamente. Os concorrentes já começam a falar em fim do modelo de concessões, proposto há pouco menos de um mês pela presidente Dilma Rousseff.

O baque sobre os ânimos dos executivos do setor leva em consideração justamente a teia de conexões do empresário, bem como o peso e a influência dos negócios do grupo. "Se prenderam o Marcelo, eles devem ter muito mais do que batom na cueca: têm fotos, filmes, digitais, têm de tudo", disse o presidente de uma grande empresa. "Se uma Odebrecht tiver problemas, ela vai levar tudo com ela: bancos, empresas, governo. Vai ser um arrastão."

Um ex-executivo da companhia vaticina: "Se ele quiser, derruba todo mundo. Tudo que está aí". "Mas não acredito que vá fazer", afirma, lembrando a passagem de Ailton Reis, um diretor da Odebrecht que, por volta de 1994, teve uma série de documentos que poderiam comprometer a construtora apreendida em sua casa, em Brasília. Durante a Comissão Parlamentar de Inquérito dos Anões do Orçamento, que investigava propinas pagas a parlamentares para obtenção de emendas, Ailton foi firme, apesar dos documentos, segundo esse executivo.

"A Odebrecht cuida de seus funcionários, dá suporte à família, paga os melhores advogados." A empresa não teve nenhuma acusação confirmada.

Bancos

Ontem (19), o temor entre executivos era de que os bancos restrinjam ainda mais a oferta de crédito - não só para Odebrecht e Andrade Gutierrez, agora alvos da Lava Jato, mas para todo o setor. "Vai ficar mais difícil para a infraestrutura", disse o executivo de uma companhia que não é investigada, mas atua na área. Executivos de bancos confirmaram o temor: "A redução de crédito tende a ser generalizada", disse um deles. Já um executivo que teve a empresa investigada nas primeiras fases lamentava: "Se tivesse sido todo mundo junto no começo, não teria afetado ninguém. Mas dividiram... nós já sofremos e agora são eles que vão sangrar". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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