Manifestantes se reuniram em frente a agências do Santander para protestar contra "metas abusivas que aumentam a cada dia" impostas pelo banco e contra demissões, de acordo com o sindicato de bancários. Nas redes sociais, a hashtag #SantanderRespeiteOBrasil está entre as mais comentadas no momento.
Manifestantes protestam contra metas abusivas e demissões no Santander
A hashtag #SantanderRespeiteOBrasil está entre as mais comentadas. Banco nega demissões em massa e diz que está em curso "reavaliação de produtividade"
Natália Flach
Publicado em 16 de junho de 2020 às 15h32.
Última atualização em 16 de junho de 2020 às 15h58.
De acordo com o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, 30 pessoas foram demitidas nas últimas semanas. O banco não confirma. "O Santander apresentou lucro de 3,8 bilhões de reais nos primeiros três meses do ano e está demitindo. Outras tantas empresas não tiveram lucro e estão segurando os empregos, pois sabem que o país enfrenta uma pandemia e uma grave crise econômica", diz Ivone Silva, presidenta do sindicato. "Achamos isso um desrespeito."
Em nota à EXAME, o Santander disse que fez parte do movimento de empresas chamado Não Demita, mas que o compromisso valia até o final de maio.“Em paralelo, como parte da gestão de qualquer negócio, a liderança do banco iniciou um processo de reavaliação do nível de produtividade de suas equipes, que deve ser contínuo em uma empresa que busca manter o melhor nível de eficiência da indústria. O movimento é necessário para fazer frente a um entorno muito mais desafiador, além da necessidade de navegar com eficácia em um ambiente de arquitetura aberta, trabalho em rede e busca incessante de níveis de automação ainda mais contundentes", diz o comunicado, sem especificar o número de demitidos.
No início do mês,o jornal Folha de S.Paulo chegou a publicar que o Santander preparava a demissão de cerca de 9,4 mil funcionários no Brasil, o que representa cerca de 20% do quadro de empregados da instituição no país. O banco negou a informação.
“O Santander faz publicidade para tentar se fazer de bonzinho. Temos que mostrar que não é bem assim”, diz o secretário de assuntos socioeconômicos e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco, Mario Raia, em nota. “Temos que mostrar que, mesmo durante a pandemia, os funcionários estão sujeitos ao cumprimento de metas abusivas, que aumentam a cada dia. E quem não as cumpre é demitido”, afirma.