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Malhar com colegas de trabalho é tão ruim quanto você acha

Empresas tentam fazer com que os funcionários tenham vidas mais saudáveis (e, assim, poupem dinheiro às companhias), mas nem sempre isso melhora o trabalho

Funcionário faz exercício em escritório: empresas estão gastando mais em iniciativas de bem-estar para seus funcionários (endopack/Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2015 às 10h34.

Numa recente tarde de quinta-feira nos escritórios da Euromoney Institutional Investor em Manhattan, os trabalhadores chegam a uma sala de conferências carregando tapetes de ioga e vestindo roupas para malhar.

Os móveis foram colocados contra os cantos, liberando o carpete industrial bege para que uma dezena de pessoas tenha uma aula de vinyasa.

No meio da sequência de saudações ao sol e posturas do guerreiro, todos estão suados – especialmente o cara que não trocou as roupas do trabalho e agora sofre a indignidade de ter sua camisa lavanda com botões no colarinho grudada no seu torso –.

Depois de uma hora de fluxo, o grupo colapsa no chão para adotar a postura do cadáver. De barriga para cima, com os braços e pernas caídos, eles parecem uma turma de jardim de infância tirando um cochilo.

A Euromoney organiza duas aulas de ioga por semana para seus 500 funcionários de Nova York no escritório como parte de um programa de bem-estar corporativo.

Cada aula, subsidiada pela empresa, custa US$ 5, e os participantes ganham pontos que lhes permitem economizar até US$ 360 por ano nas suas apólices dos seus planos de saúde.

Empresas como a Euromoney estão gastando mais em iniciativas de bem-estar para seus funcionários, entre elas formas de que eles preservem uma boa saúde no escritório.

Desafios de caminhada e alimentação durante o dia de trabalho, programas de gestão do estresse e sessões de malhação no escritório são alguns exemplos. Segundo a teoria, fazer com que os funcionários tenham vidas mais saudáveis pode poupar dinheiro às companhias.

O montante economizado está em debate: um estudo feito por Harvard em 2010 concluiu que a economia era de mais de US$ 3 por cada dólar gasto, mas pesquisas mais recentes da RAND estimam aquela cifra em apenas US$ 1,50.

No entanto, muitas empresas estão expandindo seus orçamentos para o bem-estar. Um estudo feito em março pela Fidelity Investments e o National Business Group on Health descobriu que os empregadores nos EUA gastarão em média US$ 693 por pessoa em incentivos de bem-estar em 2015, frente a US$ 430 cinco anos atrás.

Desconforto

“Somos apenas uma flecha na sua aljava de bem-estar”, disse Jaron Tate, dono do Boot Camp Challenge, uma empresa que organiza programas de atividade física em várias companhias com sede em Fort Collins, Colorado.

Com frequência, as empresas incentivam a participação oferecendo descontos nos planos de saúde ou malhação grátis.

“Cada empresa se organiza diferentemente”, disse Serena Puerta, fundadora da Bootcamp Republic, que organiza programas de atividade física corporativa em empresas do país inteiro.

“Eles podem disponibilizá-lo para todos, e qualquer um na empresa pode optar por fazê-lo. Ou podem oferecê-lo primeiro às pessoas com maior risco. Depende muito da meta da empresa e do que eles estejam tentando fazer”.

Em geral, a atividade física em grupos deveria ajudar as equipes a se desempenhar melhor no trabalho, diz Lindred Greer, uma pesquisadora que estuda a dinâmica de equipe na Graduate School of Business da Universidade Stanford.

“Se você tiver um relacionamento mais profundo com seus colegas de trabalho, fica mais fácil entender o que eles estão dizendo”, disse ela.

Jeffrey Polzer, um pesquisador que estuda a conduta organizacional na Harvard Business School, adverte que “às vezes o potencial dessas atividades externas nem sempre resulta em uma melhoria do trabalho da equipe”.

Em outras palavras, as habilidades adquiridas sofrendo com flexões “Homem-Aranha” talvez não se transmitam ao trabalho da publicidade.

E se a meta final é desenvolver a equipe, o fato de nem todos participarem não é ideal.

“Se for desenvolvido um padrão onde uma parte da equipe faz algo depois do trabalho, eles se distanciam daquelas pessoas que não realizam essas atividades”, acrescentou Polzer. É difícil imaginar um escritório com a participação plena e entusiasta de todos.

Algumas pessoas preferem o anonimato de estar ofegantes na esteira de uma academia – e sempre será assim.

São Paulo - O clima informal e os escritórios que mais parecem bares sempre foram um dos maiores atrativos de trabalhar em startup. Importando um modelo que teve origem nas empresas de tecnologia do Vale do Silício, não é mais novidade encontrar locais de trabalho com guitarras, mesas de sinuca, happy-hour e videogames. Assim como o estilo de gestão a escolha por oferecer ambientes desse tipo visa passar uma mensagem de que as novas empresas são diferentes e mais abertas. Embora com todos esses benefícios, antigamente as startups eram vistas com desconfiança por muitos profissionais. Hoje em dia, entretanto, elas estão se consolidando no mercado como lugares para fazer carreira aliando propósito e autonomia. Na matéria de capa da edição de novembro da VOCÊ S/A “Os lugares mais legais para trabalhar” você vê a história de cinco profissionais que largaram empregos em empresas tradicionais e não se arrependem. A seguir você conhece os ambientes e as práticas mais legais dessas startups.
  • 2. 99jobs

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    “Faça o que você ama”. Esse é o lema do site de recrutamento 99jobs, com sede em São Paulo. No escritório, em Pinheiros, as baias foram substituídas por mesas de trabalho compartilhadas. Os profissionais não possuem estações de trabalho fixas e podem trabalhar nos diversos ambientes do escritório. O clima de união é reforçado pelos “Team Days” que são viagens ou momentos de lazer fora do escritório para estimular a convivência longe do local de trabalho. Ano passado, o local escolhido para o “Team Day” foi a Argentina. Além disso, a empresa conta com um refeitório local, o que permite almoços coletivos e conversas entre os membros da equipe. Para completar o ar descontraído existem os “Funny Fridays”, no qual os profissionais escolhem sextas-feiras para encerrar o expediente mais cedo e jogar videogame ou sair para o Happy Hour.
  • 3. PmWeb

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  • A Pmweb, empresa especializada em marketing em nuvem, tem escritórios em São Paulo e em Porto Alegre. Os ambientes de ambos procuram transmitir o mesmo conceito e foram pensados para combinar com o perfil dos funcionários de cada sede. As mesas de trabalho também são compartilhadas, oferecendo a possibilidade do profissional trabalhar nos diversos ambientes que existem nos escritórios. Duas vezes por ano acontece o “Dia da Felicidade Sem Fim”, que são piqueniques com a equipe inteira, no qual cada um traz comidas e bebidas para serem aproveitados durante o dia. Uma vez por mês a empresa oferece uma festinha de comemoração para os aniversariantes do período e com frequência os próprios funcionários organizam happy hours dentro do escritório. Para criar uma maior proximidade entre os funcionários, periodicamente são feitos os “Pmweb Rockin’School”, eventos onde as pessoas podem compartilhar lições e trocar conhecimentos da vida pessoal e profissional.
  • 4. Geekie

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    O escritório da Geekie, empresa que cria softwares para educação, é quase um parque de diversões. A sede em Moema, bairro da Zona Sul de São Paulo, conta com pebolim, biblioteca compartilhada, máquina de snacks e um lounge para reuniões e momentos descontraídos. Pensando na saúde dos colaboradores a Geekie também oferece o Open Fruta, uma minifeira na qual frutas frescas ficam disponíveis para os funcionários. A empresa também realiza festas temáticas para os funcionários: carnaval, festa junina, halloween, aniversários do mês são algumas delas. Além disso, oferecem happy hours regularmente, regados à cerveja e amendoim. Para promover a integração, cada área conta com verba mensal que pode ser utilizada a critério da equipe. A verba já foi utilizada em festas, churrascos e momentos de descontração fora do escritório, por exemplo.
  • 5. Dafiti

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    A loja de roupas e acessórios Dafiti, embora não seja mais uma startup continua com espírito informal de uma jovem empresa. A companhia, que tem sede em São Paulo e um Centro de Distribuição em Jundiaí, interior do estado, conta com salas de descompressão, mesa de pebolim e videogame. A lanchonete dentro do escritório possui um menu especial para os funcionários e um ambiente descontraído, gerando interação com pessoas de todas as áreas. A Dafiti ainda conta com horário flexível, folga para aniversariantes e festas temáticas três vezes ao ano. A forma de se vestir também casa com o ambiente descontraído da empresa e a bermuda está liberada.
  • 6. Bidu

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    A Bidu, empresa de seguros online, também não tem um código formal de vestimenta e as bermudas são liberadas para os funcionários. Periodicamente são realizados grupos de discussão ao final do expediente acompanhados de pizza. O ambiente informal contribui para um fluxo de ideias mais espontâneo e funciona como uma espécie de brainstorm. Mensalmente, a Bidu realiza uma reunião geral com a equipe para falar sobre resultados e metas, mas esses momentos também são utilizados como um espaço de reconhecimento, conversa e dúvidas dos colaboradores.
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