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Magazine Luiza manterá patamar de investimentos para 2015

A varejista manterá investimentos no ano que vem em R$ 150 milhões, direcionando o foco da sua expansão para o Nordeste


	Magazine Luiza: vendas da companhia no próximo ano deverão subir a uma taxa de dois dígitos baixos
 (Luísa Melo/Exame.com)

Magazine Luiza: vendas da companhia no próximo ano deverão subir a uma taxa de dois dígitos baixos (Luísa Melo/Exame.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2014 às 19h25.

São Paulo - A varejista de móveis e eletroeletrônicos Magazine Luiza manterá investimentos em 2015 em 150 milhões de reais, mesmo patamar deste ano, direcionando o foco da sua expansão para o Nordeste, onde pretende abrir metade das lojas previstas para o ano.

Em encontro com investidores nesta quarta-feira, o comando da companhia estimou a inauguração de 40 a 50 novos pontos em 2015, acelerando o ritmo ante os 24 previstos para este ano. Só no Nordeste, serão de 20 a 25 unidades adicionais.

A região, que responde hoje por mais de 20 por cento das 736 lojas físicas do Magazine Luiza, foi apontada como vetor fundamental de crescimento pela diretora-presidente da rede, Luiza Helena Trajano. "Temos ido para interior do Nordeste ... e é outro mundo", afirmou a executiva a respeito da força da demanda.

As vendas da companhia no próximo ano deverão subir a uma taxa de dois dígitos baixos, sendo que no Nordeste o avanço será mais expressivo, disse o diretor-superintendente da companhia, Marcelo Silva.

Afirmando que o Magazine não está excessivamente otimista, mas tampouco acredita em um cenário tão negativo, Silva disse enxergar um mercado difícil e competitivo, em que a empresa terá que "suar um pouco mais para vender", mas que verá crescimento impulsionado pela compra de produtos como smartphones.

Nos primeiros nove meses do ano, a receita líquida do Magazine Luiza subiu 24,8 por cento na comparação anual, para 7 bilhões de reais.

Para 2015, a companhia projeta a manutenção da margem bruta em cerca de 28 por cento, após ter visto a linha chegar a 27,6 por cento no acumulado do ano até setembro. Se de um lado a venda de smartphones, com maior margem, tende a puxar a margem bruta do Magazine para cima, por outro, a maior representatividade gradativa do Nordeste atua no sentido contrário, pois boa parte dos produtos vendidos na região possuem margem mais baixa, disse Silva. Para o último trimestre de 2014, a expectativa do executivo com relação às vendas é de um desempenho "bem razoável", com crescimento acima da média do mercado.

Discursos semelhantes

O discurso de fazer mais no próximo ano com o mesmo montante de recursos também foi utilizado na véspera pelo Grupo Pão de Açúcar, que controla a Via Varejo, dona das bandeiras Pontofrio e Casas Bahia e a maior rival do Magazine Luiza.

Em um momento de desaceleração do varejo, as gigantes do setor buscam ajustar processos internos para ganhar eficiência e conseguir fazer frente a seus planos de expansão.

Nesta quarta-feira, os executivos do Magazine Luiza previram manutenção em 2015 das despesas de marketing como percentual das vendas no mesmo patamar deste ano, mesmo com campanha "mais abrangente". Em outro foco de atuação, a empresa quer reduzir despesas de logística com o reforço da entrega multicanal. No primeiro trimestre de 2015, o Magazine testará o modelo de compra online e retirada em lojas físicas em 20 unidades, disse o diretor de operações da empresa, Frederico Rodrigues.

Na véspera, o GPA também informou que implementará um projeto piloto envolvendo quatro lojas da Via Varejo para oferta de mesmo modelo, chamado "click and collect". A possibilidade já foi adotada em fase piloto no Extra, que fechará o ano oferecendo-o em 100 lojas em São Paulo.

"Demoramos um pouco porque o mercado era irracional ... Não era questão de dificuldade operacional", afirmou Rodrigues, do Magazine Luiza, afirmando que a lógica por trás do "click and collect" é não cobrar ou cobrar menos do consumidor que vai buscar o produto, o que não fazia sentido se havia a possibilidade de receber as compras em casa gratuitamente.

Ele completou que o modelo de frete grátis perde força em fase de maior racionalização do e-commerce brasileiro, com as companhias buscando rentabilizar suas operações.

Ao contrário da Via Varejo, cujo e-commerce é operado pela Cnova, e da Lojas Americanas, que tem o comércio eletrônico operado pela B2W, o Magazine Luiza concentra as operações físicas e online sob um mesmo CNPJ, e diz financiar as operações eletrônicas com geração de caixa.

As ações da companhia fecharam a sessão desta sexta em alta de 1,96 por cento, a 7,8 reais, ante queda de 1,29 por cento do Ibovespa, índice do qual não faz parte.

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