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Magazine Luiza compra KaBuM! por cerca de 3,5 bilhões de reais

Magalu compra Kabum e segue estratégia de atingir público gamer e fã de tecnologia. Empresa também anuncia emissão de 150 milhões de novas ações

MAGAZINE LUIZA: aquisição do e-commerce de tecnologia Kabum (Germano Luders/Exame)

MAGAZINE LUIZA: aquisição do e-commerce de tecnologia Kabum (Germano Luders/Exame)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 15 de julho de 2021 às 09h23.

Última atualização em 16 de julho de 2021 às 13h25.

O Magalu anuncia a aquisição de 100% do KaBuM!, maior plataforma de e-commerce de tecnologia e games do país.

"Com a compra do KaBuM!, nos consolidamos como um dos líderes do e-commerce formal brasileiro e reforçamos nossa atuação em um dos mercados que mais crescem no mundo -- o de produtos para geeks e gamers", diz Frederico Trajano, CEO do Magalu.

Em um ano e meio, o Magalu adquiriu 21 empresas. A operação de compra do KaBuM! é a maior delas. A empresa, criada em 2003, em Limeira, no interior de São Paulo, tem um modelo de negócio que combina crescimento acelerado e alta rentabilidade.

Nos últimos 12 meses, o e-commerce adquirido teve receita bruta de 3,4 bilhões de reais e um lucro de 312 milhões de reais. “Esse nível de rentabilidade apresentado pelo KaBuM! não é comum em players de e-commerce, o que mostra a eficiência da gestão da companhia”, afirma Trajano.

Com a compra do KaBuM!, o Magalu reforça o pilar estratégico de novas categorias, com um sortimento complementar ao atual e com enorme potencial de crescimento.

Estratégia da operação

A partir de agora, essa plataforma passa a ser incorporada ao ecossistema do Magalu e operar em cooperação com o Jovem Nerd e o Canaltech, negócios recentemente adquiridos e que dialogam com o mesmo universo de clientes.

Junto com as recentes aquisições, o KaBuM! e o Magalu poderão oferecer uma experiência de compra, conteúdo e entretenimento completa para os amantes de tecnologia e do mundo gamer.

O KaBuM! também passa a usufruir de uma série de benefícios oferecidos pela plataforma do Magalu: oferta de produtos no SuperApp, uso da multicanalidade e do sistema de entregas mais rápido do Brasil e produtos financeiros, como cartões de crédito e seguros.

O valor total da aquisição será pago em três etapas. A primeira parcela, à vista, é de 1 bilhão de reais. A segunda etapa envolve a transferência de 75 milhões de ações ordinárias do Magalu, ao longo de um ano e meio.

A terceira etapa de pagamento -- de até 50 milhões de ações -- ocorrerá em janeiro de 2024 e será condicionada ao cumprimento de metas do KaBuM!. No total, a operação sai em cerca de 3,5 bilhões de reais, segundo estimativas de mercado.

Mercado gamer

A companhia também aprofunda a posição no mercado gamer, que cresce exponencialmente no mundo e no Brasil -- segundo a consultoria de e-sports BBL, são 95 milhões de gamers no país.

Dados da consultoria Accenture mostram que a indústria mundial de games atingirá 300 bilhões de dólares ao final de 2021, receita maior que a dos setores de música e filmes somados.

O KaBuM! é um dos precursores em esportes eletrônicos no Brasil. Criou uma das maiores equipes de League of Legends do país, a KaBuM! Esportes, tetracampeã nacional e a primeira representante brasileira no campeonato mundial. A KaBuM! Esportes apoia também outras modalidades de e-sports, como Counter Strike, FIFA e Free Fire.

Em 2020, com novos hábitos de consumo estimulados pela pandemia, suas vendas cresceram 128% em relação ao ano anterior. Com 2 milhões de clientes ativos, o KaBuM! oferece mais de 20 000 itens de tecnologia de ponta para profissionais e para o universo gamer.

Ações

O Magalu anuncia a realização de um follow-on, que deve emitir 150 milhões de novas ações. O sindicato de bancos responsável pela operação é liderado por Itaú e BTG Pactual e conta ainda com J.P. Morgan, Merril Lynch, Banco do Brasil, Bradesco, Goldman Sachs, Morgan Stanley, Santander e XP.

Os recursos captados terão como destino a expansão do Magalu em novos mercados, investimentos em logística, com abertura de novos centros e hubs de distribuição, e o pagamento de aquisições estratégicas. Uma delas é a da Hub Fintech, realizada em dezembro de 2020, cuja compra -- de 290 milhões de reais -- foi concluída recentemente, após aprovações pelo Cade e Banco Central.

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