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Lwart busca sócio para crescer na produção de celulose

A ideia é quadruplicar a produção da fábrica em Lençóis Paulista para 1 milhão de toneladas de celulose por ano

Celulose: o grupo, que deve faturar R$ 880 milhões este ano, tem um endividamento baixo para a realidade empresarial brasileira, e busca meios de atrair sócios (Rich Press/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2013 às 10h14.

Lençóis Paulista - A família Trecenti sempre apostou em terreno seguro. O Grupo Lwart foi fundado em 1975 e se originou a partir de vários negócios que os irmãos Luiz, Wilson, Alberto e Renato tinham desde o fim dos anos 50.

Eles começaram a primeira atividade do grupo - o rerrefino de óleo combustível, que aproveita o lubrificante usado em automóveis e maquinários - sem um tostão de dívida. Venderam tudo o que tinham para apostar na empresa feita em conjunto.

Desde então, o raciocínio da empresa sempre seguiu o caminho da cautela. Tanto é assim que o grupo, que deve faturar R$ 880 milhões este ano, tem um endividamento baixo para a realidade empresarial brasileira, de quase 1 vez o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações).

Como base de comparação, a gigante da celulose Fibria tenta reduzir a alavancagem a 2,5 vezes para reaver o grau de investimento das agências de risco.

Agora, porém, a empresa decidiu dar um grande passo que exigirá um investimento de R$ 2,4 bilhões. A divisão de celulose da companhia, a Lwarcel - fundada nos anos 80 e hoje o principal negócio do Grupo Lwart - se prepara para uma meta para lá de ambiciosa.

A ideia é quadruplicar a produção da fábrica em Lençóis Paulista (a 280 quilômetros da capital paulista). O objetivo é que a capacidade produtiva salte de 250 mil para 1 milhão de toneladas de celulose por ano.

Sozinha, porém, a empresa sabe que não tem condições de dar conta da tarefa. Por isso, busca atualmente um sócio . Para se mostrar atrativa, conta o diretor-presidente do grupo, Carlos Renato Trecenti, a Lwarcel já começou a fazer o dever de casa. A empresa iniciou o processo de licença ambiental, aprovou os trabalhos de engenharia básica e está ampliando a plantação de florestas.


Em 2010, a companhia tinha 30 mil hectares de eucalipto. Hoje, já são 54 mil hectares. A previsão para 2017 ou 2018, quando o projeto deverá estar concluído, é de 80 mil.

O passo ousado, além de representar uma ruptura em relação ao comportamento histórico da empresa, é visto pelo mercado como a única maneira de o Grupo Lwart continuar no mercado de celulose. “Ou a empresa cresce ou será absorvida”, resume o diretor de celulose e papel da consultoria Pöyry, Marcel Moreno, que presta serviços a companhias do segmento. “O mercado brasileiro de celulose está prestes a passar por um processo de seleção natural.”

Apesar de seu porte diminuto em relação à concorrência, a Lwarcel tem atrativos na busca de um parceiro, que poderá ser tanto uma outra companhia do setor quanto um fundo de investimento disposto a aplicar recursos no longo prazo.

A empresa tem vantagens logísticas muito valorizadas no mercado, de acordo com o executivo da Pöyry. “As florestas estão próximas à fábrica e a empresa também não fica muito longe do Porto de Santos, de onde é escoada a produção exportada”, explica Moreno.

A proximidade da matéria-prima é importante para a indústria de celulose porque o preço do produto é definido no mercado internacional - logo, quanto menor o custo de produção, maior é o lucro do negócio. É por isso que fontes de mercado têm feito ressalvas à Eldorado - indústria de celulose do grupo J&F, da família Batista -, justamente pela distância entre a fonte de madeira e a fábrica em Três Lagoas (MS).


Mesmo que encontre um sócio, o Grupo Lwart sabe que precisará aumentar seu patamar de endividamento para fazer frente ao tamanho do investimento e ainda assim manter o controle da Lwarcel. “Trabalhamos muito tempo só com recursos próprios, o que se provou acertado na época da hiperinflação e dos planos econômicos, nos anos 80 e 90”, diz Trecenti.

O executivo, filho de Renato, um dos fundadores do grupo, diz que a estratégia agora precisa ser ajustada. “Nosso perfil de endividamento nos dá espaço para tomar mais crédito.”

Gestão

As atividades do Grupo Lwart estão concentradas em um grande terreno em sua cidade-sede. Além da Lwarcel, a área abriga a Lwart Lubrificantes, que coleta óleo lubrificante usado para rerrefino, e a Lwart Química, que produz impermeabilizantes para a construção civil. Os negócios, embora diferentes, têm algumas sinergias: um duto de valor de 4 km, que começa na fábrica da Lwarcel, abastece a planta de óleo.

Para garantir a longevidade do negócio, a empresa também se preocupou com o processo sucessório: quando Carlos Renato foi cursar um MBA nos Estados Unidos, em 1995, ele assumiu o compromisso com o pai e os tios de voltar para Lençóis Paulista.

Hoje, aos 45 anos, o executivo já se preocupa com a próxima geração. Por isso, a família definiu a realização de quatro encontros por ano - o mais recente deles foi no fim de semana passado. A meta, diz o executivo, é aproximar os herdeiros do negócio. “Eles precisam conhecer a história da empresa para se interessar por ela.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Lençóis Paulista - A família Trecenti sempre apostou em terreno seguro. O Grupo Lwart foi fundado em 1975 e se originou a partir de vários negócios que os irmãos Luiz, Wilson, Alberto e Renato tinham desde o fim dos anos 50.

Eles começaram a primeira atividade do grupo - o rerrefino de óleo combustível, que aproveita o lubrificante usado em automóveis e maquinários - sem um tostão de dívida. Venderam tudo o que tinham para apostar na empresa feita em conjunto.

Desde então, o raciocínio da empresa sempre seguiu o caminho da cautela. Tanto é assim que o grupo, que deve faturar R$ 880 milhões este ano, tem um endividamento baixo para a realidade empresarial brasileira, de quase 1 vez o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações).

Como base de comparação, a gigante da celulose Fibria tenta reduzir a alavancagem a 2,5 vezes para reaver o grau de investimento das agências de risco.

Agora, porém, a empresa decidiu dar um grande passo que exigirá um investimento de R$ 2,4 bilhões. A divisão de celulose da companhia, a Lwarcel - fundada nos anos 80 e hoje o principal negócio do Grupo Lwart - se prepara para uma meta para lá de ambiciosa.

A ideia é quadruplicar a produção da fábrica em Lençóis Paulista (a 280 quilômetros da capital paulista). O objetivo é que a capacidade produtiva salte de 250 mil para 1 milhão de toneladas de celulose por ano.

Sozinha, porém, a empresa sabe que não tem condições de dar conta da tarefa. Por isso, busca atualmente um sócio . Para se mostrar atrativa, conta o diretor-presidente do grupo, Carlos Renato Trecenti, a Lwarcel já começou a fazer o dever de casa. A empresa iniciou o processo de licença ambiental, aprovou os trabalhos de engenharia básica e está ampliando a plantação de florestas.


Em 2010, a companhia tinha 30 mil hectares de eucalipto. Hoje, já são 54 mil hectares. A previsão para 2017 ou 2018, quando o projeto deverá estar concluído, é de 80 mil.

O passo ousado, além de representar uma ruptura em relação ao comportamento histórico da empresa, é visto pelo mercado como a única maneira de o Grupo Lwart continuar no mercado de celulose. “Ou a empresa cresce ou será absorvida”, resume o diretor de celulose e papel da consultoria Pöyry, Marcel Moreno, que presta serviços a companhias do segmento. “O mercado brasileiro de celulose está prestes a passar por um processo de seleção natural.”

Apesar de seu porte diminuto em relação à concorrência, a Lwarcel tem atrativos na busca de um parceiro, que poderá ser tanto uma outra companhia do setor quanto um fundo de investimento disposto a aplicar recursos no longo prazo.

A empresa tem vantagens logísticas muito valorizadas no mercado, de acordo com o executivo da Pöyry. “As florestas estão próximas à fábrica e a empresa também não fica muito longe do Porto de Santos, de onde é escoada a produção exportada”, explica Moreno.

A proximidade da matéria-prima é importante para a indústria de celulose porque o preço do produto é definido no mercado internacional - logo, quanto menor o custo de produção, maior é o lucro do negócio. É por isso que fontes de mercado têm feito ressalvas à Eldorado - indústria de celulose do grupo J&F, da família Batista -, justamente pela distância entre a fonte de madeira e a fábrica em Três Lagoas (MS).


Mesmo que encontre um sócio, o Grupo Lwart sabe que precisará aumentar seu patamar de endividamento para fazer frente ao tamanho do investimento e ainda assim manter o controle da Lwarcel. “Trabalhamos muito tempo só com recursos próprios, o que se provou acertado na época da hiperinflação e dos planos econômicos, nos anos 80 e 90”, diz Trecenti.

O executivo, filho de Renato, um dos fundadores do grupo, diz que a estratégia agora precisa ser ajustada. “Nosso perfil de endividamento nos dá espaço para tomar mais crédito.”

Gestão

As atividades do Grupo Lwart estão concentradas em um grande terreno em sua cidade-sede. Além da Lwarcel, a área abriga a Lwart Lubrificantes, que coleta óleo lubrificante usado para rerrefino, e a Lwart Química, que produz impermeabilizantes para a construção civil. Os negócios, embora diferentes, têm algumas sinergias: um duto de valor de 4 km, que começa na fábrica da Lwarcel, abastece a planta de óleo.

Para garantir a longevidade do negócio, a empresa também se preocupou com o processo sucessório: quando Carlos Renato foi cursar um MBA nos Estados Unidos, em 1995, ele assumiu o compromisso com o pai e os tios de voltar para Lençóis Paulista.

Hoje, aos 45 anos, o executivo já se preocupa com a próxima geração. Por isso, a família definiu a realização de quatro encontros por ano - o mais recente deles foi no fim de semana passado. A meta, diz o executivo, é aproximar os herdeiros do negócio. “Eles precisam conhecer a história da empresa para se interessar por ela.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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