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LVMH mira o mercado de luxo brasileiro

Entre os planos do grupo está a abertura de lojas de roupas das marcas Loewe e Fendi

Desfile da Loewe em Paris: LVMH planeja loja da marca no Brasil (Getty Images)

Desfile da Loewe em Paris: LVMH planeja loja da marca no Brasil (Getty Images)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 17 de março de 2011 às 09h21.

São Paulo - No início de dezembro, representantes da divisão de moda da LVMH (Moët Hennessy Louis Vuitton), proprietária de boa parte das maiores marcas de luxo do mundo, desembarcaram no Brasil pela primeira vez. A visita visava identificar onde seria mais interessante abrir em breve uma loja de roupas e acessórios da Loewe, grife espanhola tradicional em artigos de luxo feitos de couro.

“O grupo como um todo sabe que não pode ficar fora no país, em decorrência da ascensão do público da classe B para A”, afirma Renato Rabbat, diretor do grupo LVMH. A nova loja, ainda sem data de lançamento nem local definidos, venderia também os perfumes da Loewe, relançados no país também este mês.

O interesse da LVMH pelo Brasil tem se intensificado, graças ao aumento do mercado de luxo nacional. Além do relançamento da marca Loewe e Fendi, a gigante de luxo apostou este ano também na compra de 70% da Sack´s, a loja virtual especializada em produtos importados de luxo. O negócio foi avaliado em 350 milhões de reais, em junho deste ano. “O mercado de luxo brasileiro ainda pequeno, quando comparado com a Europa ou Estados Unidos, mas com um potencial imenso”, diz Rabbat.

Luxo no Brasil

No país, a companhia já atuava com a representação da Dior, Givenchy, Kenzo e Acqua di Parma. E o crescimento tem sido acelerado no último ano. Se antes, as vendas das marcas de perfume e cosmético cresciam até 10%, hoje esse percentual saltou para a média de 15%. O número de lançamentos de produtos por grife quase dobrou de tamanho – atualmente, cerca de quatro novos produtos de cada marca chegam ao país por ano.


“O mercado como um todo de cosmético e perfume importado cresce, no Brasil em torno de 22%”, afirma o executivo. “A LVMH tem a pretensão de crescer 15%, sendo que a marca que mais cresce é a Givenchy”.

Rabbat não abre quanto fatura a filial brasileira do grupo, que teve uma receita de 17,1 bilhões de euros no ano passado. Mas afirma que o mercado latino hoje já se compara ao francês em número de produtos vendidos. “O Brasil tem um peso especial nisso, já que aqui se encontra o terceiro mercado de fragrâncias do mundo”, afirma Renato.

De cara nova

As marcas Loewe e Fendi já estiveram presentes no Brasil por um curto período, entre 2006 e 2008. O pouco tempo de permanência se deu por uma série de decisões erradas. A Fendi era encontrada em um pequeno espaço na loja da Daslu, na capital paulista, e agora quer voltar pela própria divisão de moda. A ideia é abrir uma loja produto para vender além de produtos de moda, cosmético.

No caso da Loewe, de acordo com Renato, a distribuição dos produtos era feita de maneira pouco seletiva e exclusiva – antes a marca era vendida em 250 pontos de vendas e, agora, serão apenas 30. “Entre eles, lojas das marcas e perfumarias conceituadas das maiores cidades do país”, diz.

O conceito das duas grifes também foi todo redesenhado para atrair mais consumidores dentro e fora do país. Com fragrâncias novas e imagens traçadas para ganhar um tom de modernidade e sensualidade, a aposta é que elas sejam as marcas líderes de perfumes de luxo entre as brasileiras. Afinal, com os países desenvolvidos ainda lutando para se recuperar da grave crise econômica que os abate, crescer sem investir no Brasil é um luxo ao qual a LVMH não pode se dar.

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