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Lucro é só um caminho para cumprir o propósito, diz Flávio Rocha

"Dizer que uma empresa vive em função do lucro é o mesmo que dizer que alguém vem ao mundo para comer", disse o presidente da Riachuelo

Flávio Rocha: "propósito da Riachuelo é democratizar a moda" (Germano Lüders/Site Exame)

Luísa Melo

Publicado em 9 de novembro de 2016 às 17h46.

Última atualização em 11 de novembro de 2016 às 12h13.

São Paulo - Flávio Rocha, herdeiro e presidente do Grupo Guararapes, dono da Riachuelo , sabe que sua empresa precisa ganhar dinheiro para se manter em pé, mas diz que isso está longe de ser o seu objetivo.

"Dizer que uma empresa vive em função do lucro é o mesmo que dizer que alguém vem ao mundo para comer. O lucro é necessário para cumprir um propósito", disse durante palestra na HSM Expomanagement, nesta quarta-feira (9) em São Paulo.

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A missão maior da Riachuelo, defende, é democratizar a moda.

"É transformar o que sempre foi uma ferramenta de exclusão, uma coisa elitista, em inclusão. É melhorar a autoestima de dezenas de milhares de pessoas ao incorporá-las nesse universo", afirmou.

Ele acredita que a companhia está cumprindo seu papel. Com mais de 280 pontos no país, a Riachuelo entrega 200 modelos novos de roupas por dia. E faz parcerias com estilistas famosos para vender peças com design a preços mais baixos nas suas lojas.

Um de seus legados para a empresa, acredita, foi a transformação de seu modelo de negócios de verticalizado para integrado.

A Riachuelo, o braço de varejo, é a parte mais conhecida do grupo Guararapes. Mas ele atua também na confecção, com dois parques fabris, e na concessão de crédito, com a Midway Financeira, que deve chegar a 30 milhões de cartões emitidos até o fim do ano.

"As lojas são a ponta do iceberg. Abaixo da linha d'água, atuamos do fio até o pagamento", disse Rocha.

Antes, cada uma das áreas do grupo buscava sua eficiência máxima, acreditando que, assim, o todo cresceria. "Mas isso é um mito. Muitas vezes, a excelência de um elo pode ser devastadora para os outros", afirmou.

Então, a companhia passou a enxergar o conglomerado por completo e administrá-lo como uma coisa única.

"Significa transformar em sinergias o que antes eram conflitos. Conciliar visões às vezes opostas, como a industrial, de varejo e financeira", explicou.

Ele citou com exemplo de uma empresa integrada a Apple, que vende desde computadores e smartphones até seu sistema operacional e suporte de nuvem. Do outro lado, mencionou o modelo da Microsoft, que focou em ser excelente em apenas um desses elos.

"A nossa empresa gostaria de ser a Apple da cadeia têxtil", concluiu.

 

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