Funcionários trabalham na linha de montagem da Positivo: receita teve queda de 2,2% na comparação anual, para R$ 613,4 milhões (Cesar Ferrari/Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de maio de 2014 às 18h59.
Rio de Janeiro - A fabricante de computadores Positivo Informática teve lucro líquido de 1,1 milhão de reais, queda de 90,3 por cento frente ao mesmo período do ano passado, devido a um salto nas despesas financeiras diante de juros e endividamento maiores e recuo na receita.
As despesas financeiras da companhia somaram 17,8 milhões de reais, alta de 252,5 por cento ano a ano. A linha também sofreu impacto de variação cambial, que foi negativa em 4,5 milhões de reais no período, versus um ganho de 400 mil reais no primeiro trimestre de 2013.
A receita líquida, por sua vez, teve queda de 2,2 por cento na comparação anual, para 613,4 milhões de reais. "No primeiro trimestre, o mercado brasileiro de dispositivos de hardware apresentou desempenho misto, com redução de entregas de computadores e forte crescimento nas categorias de mobilidade, como tablets e smartphones", disse a empresa.
De fato, a venda de dispositivos móveis, relativamente recentes entre as linhas de produtos da empresa, teve forte expansão. A venda de tablets subiu 11,2 por cento e a de celulares saltou quase quatro vezes, para 171,9 mil unidades, das quais 71 por cento referem-se a smartphones.
A venda de notebooks, no entanto, caiu 32,4 por cento na comparação anual, enquanto a venda de desktops subiu 8,3 por cento.
Também houve alta do preço médio dos produtos. No caso dos de desktops a alta foi de 18,2 por cento. Em notebooks, houve crescimento de 1,6 por cento e em celulares, o preço médio cresceu 37,6 por cento, puxado pelas vendas dos smartphones.
A geração de caixa medida pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou 29,1 milhões de reais no primeiro trimestre, crescimento de 4,4 por cento na comparação anual. A margem passou de 4,5 para 4,8 por cento no período.
A Positivo Informática encerrou março com dívida líquida de 389 milhões de reais, crescimento de 32,8 por cento em um ano. A porção representada por linhas de financiamento de longo prazo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) atingiu 49,2 por cento, crescimento anual de 10,9 pontos percentuais.
A companhia aprovou no final de abril sua primeira emissão de debêntures não conversíveis em ações, no montante de 100 milhões de reais. O objetivo da emissão é promover o alongamento do endividamento e o reforço do capital de giro da companhia.