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Lucro da AstraZeneca dobra e chega a US$ 1,5 bilhão no 1º trimestre

O resultado da AstraZeneca no trimestre foi estimulado pelo aumento das vendas de novos tratamentos, em particular oncológicos, uma de suas especialidades

Astrazeneca: a empresa voltou a defender sua vacina, apesar dos atrasos e das dúvidas provocadas pelo imunizante (Dado Ruvic/Reuters)

Astrazeneca: a empresa voltou a defender sua vacina, apesar dos atrasos e das dúvidas provocadas pelo imunizante (Dado Ruvic/Reuters)

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AFP

Publicado em 30 de abril de 2021 às 09h39.

Última atualização em 30 de abril de 2021 às 10h03.

O grupo farmacêutico anglo-sueco AstraZeneca anunciou nesta sexta-feira que dobrou o lucro líquido em ritmo anual no primeiro trimestre de 2021 e revelou que as vendas de sua vacina contra a covid-19 alcançaram 275 milhões de dólares.

A empresa voltou a defender sua vacina, apesar dos atrasos e das dúvidas provocadas pelo imunizante.

O laboratório, que revela pela primeira vez seu faturamento pela vacina, registrou lucro líquido de 1,56 bilhão de dólares nos primeiros três meses do ano, comparado com 780 milhões no mesmo período de 2020, segundo comunicado.

Mas as vendas da vacina representaram apenas 4% de seu volume de negócios, que aumentou 15%, a US$ 7,3 bilhões.

A AstraZeneca não explicou se os 275 milhões de dólares correspondem apenas ao primeiro trimestre ou se representam o valor total de vendas desde o lançamento de sua vacina.

Desenvolvida em colaboração com cientistas da Universidade de Oxford, a vacina do grupo é uma das mais baratas do mercado. A AstraZeneca se comprometei a vendê-la a preço de custo, por isto não registra lucro ou perdas.

A americana Pfizer, com uma vacina quase cinco vezes mais cara, calcula que as vendas de seu fármaco anticovid representarão 15 bilhões de dólares em 2021.

"Estamos desempenhando um papel importante na luta mundial contra a pandemia", afirmou o CEO da AstraZeneca, Pascal Soriot, que defendeu a eficácia de sua vacina. "Vemos sinais de que está reduzindo as transmissões", declarou, ao citar dados recentes no Reino Unido.

"Na Europa, continuamos avançando no fornecimento (...) e estamos trabalhando duro para aumentar a produção", completou.

A vacinada  Astrazeneca sofreu atrasos de entrega na Europa e a eficácia do fármaco foi questionada por possíveis efeitos colaterais. "Nunca pretendemos ser perfeitos, mas não nos arrependemos de nada", afirmou Soriot.

A vacina do grupo anglo-sueco é aplicada de forma restrita na maioria dos países da União Europeia devido aos riscos de casos isolados e raros de trombose. A Dinamarca, por exemplo, deixou de utilizá-la por completo.

Além disso, a UE processa o laboratório por não ter cumprido os compromissos nas entregas do imunizante, um processo que a AstraZenecaconsidera "sem fundamento".

O laboratório entregou no primeiro trimestre apenas 30 milhões de doses à UE das 120 milhões que estavam prometidas por contrato.

Impacto da pandemia

No segundo trimestre, o laboratório pretende entregar apenas 70 milhões das 180 milhões de doses previstas inicialmente. "Certamente gostaríamos de entregar mais para a Europa. Mas estamos fazendo todo o possível para ajudar o mundo", disse Soriot.

O grupo distribuiu até agora mais de 300 milhões de doses para 165 países. Sua vacina representa 90% das doses administradas à Índia, país que sofre com uma nova onda de contágios.

A AstraZeneca também representa a grande maioria do programa mundial de vacinação Covax.

A vacina ainda não foi aprovada nos Estados Unidos, mas a empresa afirma que está avançando no processo, que foi atrasado pela grande quantidade de dados que precisa apresentar.

O lucro da AstraZeneca no trimestre foi estimulado pelo aumento das vendas de novos tratamentos, em particular oncológicos, uma de suas especialidades.

Soriot se mostrou satisfeito com os resultados, "apesar do impacto negativo nos diagnósticos e tratamento de muitas doenças.

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