Renner: "Não vemos, para a frente, uma necessidade de remarcação adicional. Os sinais que temos são positivos, mas isso vai depender do ambiente de mercado que ainda tem incertezas pela frente", disse o diretor financeiro (Kiko Ferrite/Site Exame)
Reuters
Publicado em 26 de abril de 2017 às 16h41.
São Paulo - A varejista de vestuário Lojas Renner está vendo alguma normalização no ambiente promocional no setor e não espera remarcações adicionais nos preços de seus produtos neste segundo trimestre, afirmaram executivos da empresa em teleconferência sobre o resultado do primeiro trimestre.
"Não vemos, para a frente, uma necessidade de remarcação adicional. Os sinais que temos são positivos, mas isso vai depender do ambiente de mercado que ainda tem incertezas pela frente", disse o diretor financeiro e de relações com investidores da Lojas Renner, Laurence Gomes.
No primeiro trimestre, remarcações de preços estiveram entre os fatores que pressionaram as margens da companhia, com a margem bruta da operação de varejo recuando a 54,4 por cento ante 55,6 por cento um ano antes.
"Fizemos remarcações que eram necessárias...a modo de garantir nossa competitividade", destacou o executivo.
De acordo com Gomes, a pressão nas margens era esperada dado o cenário ainda bastante incerto de vendas e os desafios da economia brasileira. "A gente já previa um ambiente mais competitivo, com dificuldade maior de expandir margem esse ano."
O diretor presidente da Lojas Renner, José Galló, também disse ter notado, embora com algumas exceções, um processo de normalização no ambiente promocional. "Não vemos o ambiente fortemente promocional que vimos em janeiro e fevereiro."
Além do impacto de ajustes para baixo em preços, o diretor financeiro da varejista destacou o efeito do câmbio, que respondeu por 50 por cento da queda na margem bruta. Para o segundo trimestre, contudo, a previsão é de que esse impacto deve ser menor do que foi no primeiro trimestre.
A Lojas Renner também prevê normalização no crescimento dos estoques durante 2017, após alta no primeiro trimestre decorrente de decisão da companhia de começar o período com abastecimento maior, o que afetou a geração de fluxo de caixa livre da companhia (negativa em 143,3 milhões de reais).
"A expectativa para o final do ano é de normalização e que o crescimento do estoque passe a ser até abaixo do crescimento de vendas", disse Gomes.
As vendas do comércio eletrônico da empresa têm ganhado participação no total, com expansão acima das vendas online de vestuário no país, segundo o diretor financeiro da companhia, que não descarta alcançar a meta de fatia de 5 por cento antes do plano inicial de 2021.
"Nos parece que (esse número) pode ser atingido antes", afirmou o executivo, destacando que a operação de comércio eletrônico da companhia é rentável.
A varejista também segue com os planos de abrir suas primeiras lojas no Uruguai no segundo semestre e, segundo Galló, não há nenhum estudo no momento considerando outro país.
Por volta das 15:26, as ações da Lojas Renner cediam 1,12 por cento, a 29,07 reais, reduzindo perdas verificadas mais cedo, quando os papéis caíram mais de 2 por cento.