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Light vê cenário menos desfavorável em 2015

Segundo diretor, distribuidora espera enfrentar uma exposição ao mercado de energia de curto prazo no ano que vem menor que a deste ano


	Subestação e energia da Light no Rio de Janeiro
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Subestação e energia da Light no Rio de Janeiro (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2014 às 22h50.

São Paulo - A distribuidora de energia <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/light">Light</a></strong>, que atua no Rio de Janeiro, espera enfrentar uma exposição ao mercado de <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/energia">energia </a></strong>de curto prazo no ano que vem menor que a deste ano, disse o diretor Financeiro e de Relações com Investidores do grupo, João Zolini, nesta quarta-feira.</p>

"O meu otimismo vem do seguinte: não tem como repetir este ano. Então, o ano que vem, necessariamente vai ser melhor", disse a jornalistas, durante reunião com investidores da Apimec-SP.

Segundo o executivo, a exposição involuntária da empresa em 2013 ficou entre 140 e 160 megawatts (MW) médios e em 2014 foi de 330 MW médios. Ele não divulgou qual a necessidade de contratação da companhia para 2015.

"A visão nossa em termos de exposição involuntária e PLD (preço de energia de curto prazo) para o ano que vem é mais otimista", acrescentou.

Zolini lembrou que o governo federal já disse que fará um leilão de energia A-1 neste ano para reduzir a descontração das distribuidoras em 2015, e disse que um eventual leilão A-0 no ano que vem não está descartado.

Além disso, ele também não vê o PLD nos mesmos níveis vistos neste ano. "Não vai ser um ano de 800 reais, não tem como." Em 2015 entrará em vigor uma medida que aliviará os gastos das distribuidoras com energia no mercado de curto prazo, as chamadas "bandeiras tarifárias", por meio das quais a eventual elevação no custo da energia será repassada para o consumidor no mês seguinte.

Atualmente, as distribuidoras carregam esses custos até o reajuste seguinte das tarifas, o que prejudica o fluxo de caixa dessas empresas.

"A bandeira vermelha traria 70 milhões de reais por mês para o caixa da companhia", disse Zolini, ao se referir ao patamar mais alto de custo da energia das bandeiras tarifárias, quando a maioria das térmicas estão ligadas e as tarifas são mais caras.

Sobre o corte de 4 bilhões de reais que o governo federal anunciou recentemente que faria nos repasses do Tesouro Nacional para a Conta de Desenvolvimento Energético neste ano, Zolini acredita que o valor não ficará descoberto.

"O que a gente tem ouvido é que o Tesouro vai acabar cobrindo isso ai, de alguma forma, lá pra frente, não vai ser via consumidor, é isso que foi falado", disse.

No segmento de geração de energia, no qual a Light também atua, Zolini estima que a geração hidrelétrica em 2014 deva ficar, em média, em 90 por cento da garantia física, o que significa um déficit (GSF) de cerca de 10 por cento na geração.

REAJUSTE E REVISÃO TARIFÁRIA A Light não espera que o reajuste de suas tarifas de energia, que ocorre em novembro, chegue a patamares de 35 por cento, conforme ocorreu para algumas distribuidoras de energia neste ano.

Ele explicou que a empresa carrega um componente financeiro desde o passado, que deve ser retirado, e que deve provocar um efeito para baixo de 9 pontos percentuais no reajuste. "Então se, por acaso, fosse ter um aumento de 20 ou 30 por cento, você vai ter de 10 ou 20", exemplificou. Zolini não fez estimativas nem divulgou qual reajuste a empresa irá pedir para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Para o quarto ciclo de revisão tarifária das distribuidoras, que está ainda em discussão na Aneel, Zolini acredita que o WACC (custo médio ponderado de capital) possa ficar em patamar superior a proposta inicial da Aneel, que é de 7,16 por cento.

"A expectativa geral é que seja até acima dos 7,5 por cento", disse ele, ao acrescentar que há argumentos suficientes para que, no melhor cenário, o WACC possa chegar a quase 10 por cento.

DÍVIDA A Light busca melhorar o perfil de seu endividamento e pode usar recursos disponíveis em caixa para quitar dívidas.

"Nós temos uma posição de caixa confortável que permite pegar uma dívida e quitar", disse ele, ao frisar que a decisão ainda não está tomada. Ele também não deu um cronograma sobre quando isso poderia acontecer.

A Light tem cerca de 1,5 bilhão de reais em caixa segundo dados do final do primeiro semestre. Zolini disse que a empresa não tem nenhum ativo em vista para fazer aquisição.

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