Como uma indústria de leite da Nova Zelândia virou um case de embalagens sustentáveis
Marca de laticínios vende leite em garrafas plant based desde 2020 — feitas de cana de açúcar brasileira — e só quer trabalhar com opções 100% recicláveis, reutilizáveis ou compostáveis até 2025
EXAME Solutions
Publicado em 27 de novembro de 2023 às 08h00.
A mais de 12 mil quilômetros de distância, a Nova Zelândia tem muito a ensinar ao Brasil. A manter nossos cartões-postais naturais preservados, por exemplo, e a tornar os vinhos locais mundialmente respeitados. Ou a jogar rugby e a nos converter em um verdadeiro ímã global de turistas.
Com mais de 130 anos de atividade, uma marca de laticínios neozelandesa, a Anchor, incluiu mais um item à lista de possíveis ensinamentos. Quando o assunto é embalagem sustentável, ela virou uma referência para o Brasil e outros países.
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Em 2020, a companhia lançou uma garrafa plant-based de 2 litros para a distribuição de leite. O recipiente é feito de cana-de-açúcar, que é importada do Brasil. Natural, renovável e de origem sustentável, a matéria-prima se apresenta como uma boa alternativa aos combustíveis fósseis, que servem de base para as garrafas tradicionais. Como a cana absorve CO2 da atmosfera à medida que cresce, a novidade da Anchor tem baixa pegada de carbono, além de ser 100% reciclável.
“Sabemos que a sustentabilidade é importante para os neozelandeses e queremos oferecer aos consumidores uma opção para fazer uma mudança definitiva: comprar um produto que venha numa embalagem mais sustentável”, disse Brett Henshaw, diretor geral da holding que controla a marca, quando a novidade foi lançada. “Também nos comprometemos em avançar em direção a energias renováveis nos transportes e na indústria e em encontrar formas de gerir e reduzir as emissões em toda a cadeia de abastecimento”.
A marca está comprometida a trabalhar só com embalagens 100% recicláveis, reutilizáveis ou compostáveis até 2025. Em conjunto com seus parceiros de reciclagem, ela está trabalhando para que todas as embalagens da Anchor possam ser amplamente coletadas e recicladas.
Uma das parcerias foi firmada com a startup neozelandesa Future Post. Ela transforma as garrafas de leite da Anchor e outros tipos de plásticos macios em postes próprios para cercas. Cada poste do tipo, com cerca de 1,8 metro de altura e durabilidade de até 50 anos, é confeccionado com 220 garrafas de leite da marca e 1.700 sacos plásticos. Outra iniciativa visa transformar as embalagens da Anchor em caixotes.
Inicialmente, por questões logísticas, a Anchor limitou as garrafas plant-based à ilha norte da Nova Zelândia, onde se encontram Auckland e a capital, Wellington. Cerca de 300 mil unidades são produzidas por mês — em 2015, no Brasil, a Coca-Cola também lançou uma garrafa feita de cana de açúcar.
A Anchor optou pela variedade de 2 litros pois se trata de uma das mais populares no país — se os consumidores aprovarem a opção sustentável, ela poderá ser ampliada para outros produtos. As embalagens plant-based são recicláveis, mas não biodegradáveis. Os locais de compostagem da Nova Zelândia, por sinal, não dariam conta de lidar com os grandes volumes de garrafas de leite produzidos no país.