Negócios

Leia entrevista com Gary Neilson

Neilson lançou recentemente o livro Results

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h25.

O consultor americano falou com exclusividade à Revista EXAME sobre a tese central de seu novo livro. Escrito em parceria com Bruce Pasternak, Results -- Keep What Is Good, Fix What Is Wrong and Unlock Great Performance (numa livre tradução para o português "Resultados -- mantenha o que é bom, conserte o que está errado e atinja uma grande performance"), Neilsen desenvolve a tese central de que mudar o jeito de agir de uma empresa é uma das tarefas mais desafiadoras do mundo dos negócios. Confira a entrevista.

EXAME Por que as empresas resistem tanto a mudar?

Gary Neilsen Isso acontece muito com empresas do tipo de personalidade passivo-agressiva, as que mais precisam de mudanças. Para romper com os vícios, elas têm que criar um "novo dia," com a chegada de um novo CEO ou a promoção de um seus executivos a CEO. Esse indivíduo tem que se diferenciar do passado, como fez o Carlos Ghosn ao assumir a Nissan. Depois de apresentar seus objetivos, ele deixou claro que se eles não fossem cumpridos em dois anos, ele se demitiria. Ghosn deu o recado que as mudanças eram pra valer, criando uma cultura de compromisso. Hoje a Nissan é um exemplo de resiliência.

EXAME É possível mudar completamente a personalidade de uma empresa?

Neilsen Sim. E um belo exemplo disso é a Caterpillar, que era uma empresa super-gerenciada e agora é resiliente. A Caterpillar dos anos 80 e 90 era burocrática. Mas com sua reestruturação em unidades de negócios, ela deu a virada. A revista Forbes escolheu a Caterpillar como a mais bem administrada corporação industrial americana em 2005.

EXAME Por que o senhor critica as empresas que adotam o modelo GE indiscriminadamente?

Neilsen No livro, dizemos que as empresas devem ficar de olho vivo para a armadilha do plagiador. A GE é excelente, mas pode ser que sua firma precise de uma reforma mais radical ou diferente do modelo GE. Meu conselho é que antes de decidir o que mudar na empresa, seus executivos leiam o livro ou respondam ao nosso questionário na Internet.

EXAME Por que os líderes de uma empresa e sua mão-de-obra costumam ter uma visão tão diferente dela?

Neilsen Chamamos isso de efeito mosaico. Ele acontece porque nenhuma organização é monolítica. Certamente o pessoal de tecnologia da informação vai ter respostas diversas do pessoal de operações. Em nosso diagnóstico, procuramos os temas comuns, que produzem um retrato equilibrado.

EXAME Que tipo de liderança o senhor recomenda à mão-de-obra brasileira, célebre pela criatividade, mas pouco disciplinada?

Neilsen Uma liderança resiliente, porque o tipo oligárquico poderia ser muito rígido. Aliás, entre os mais de quatrocentos brasileiros que responderam nosso questionário, 21% disseram trabalhar para empresas resilientes. Mas 63% disseram trabalhar para um dos quatro tipos de personalidades negativas.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Negócios

Hotel, parque e outlet: conheça a rede que vai investir R$ 500 mi em megacomplexo na Paraíba

Eles transformaram uma moto financiada num negócio milionário de logística

Nestlé fecha parceria para colocar Kit Kat nas lojas da Brasil Cacau

Da mineração ao café: as iniciativas sustentáveis da Cedro para transformar a indústria