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Lei que privatiza Eletrobras inclui Golden share, diz presidente

Segundo Wilson Ferreira Junior, a proposta é que a estatal torne-se uma corporação, de capital difuso, e que o governo reduza sua fatia, que hoje é de 60%

Presidente da Eletrobras justificou que a razão principal para a privatização é a necessidade de investimentos (Reprodução/Google/VEJA)

Presidente da Eletrobras justificou que a razão principal para a privatização é a necessidade de investimentos (Reprodução/Google/VEJA)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de fevereiro de 2018 às 08h53.

São Paulo - O presidente da Eletrobras Wilson Ferreira Junior disse em entrevista à Rádio CBN nesta segunda-feira, 5, que o projeto de lei (PL) para privatização da companhia incluirá uma Golden share, ação especial do governo.

Segundo ele, a proposta é que a estatal torne-se uma corporação, de capital difuso, e que o governo reduza sua fatia, que hoje é de 60%.

"A proposta é que seja uma corporação com capital diluído, onde o governo continuará sendo muito relevante", afirmou o executivo. Ele também citou limitação para concentração de voto, de 10%, e que o projeto garante que se mantenha o nome Eletrobras, bem como suas quatro controladas: Furnas, Chesf, Eletronorte e Eletrosul. "Será garantido que na Eletronuclear e na binacional Itaipu o governo continue operando."

Ferreira Junior confirmou que com a derrubada de liminares na semana passada que suspendiam os efeitos da Medida Provisória 814/2017, que inclui a Eletrobras no Programa Nacional de Desestatização (PND), será possível seguir com a contratação de estudos para iniciar o processo de privatização.

Segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, já estão prontos um decreto presidencial e uma portaria do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) para regulamentar a MP. Eles devem sair nos próximos dias, no Diário Oficial da União.

O presidente da Eletrobras justificou que a razão principal para a privatização é a necessidade de investimentos, que nos próximos dez anos será algo como R$ 57 bilhões a R$ 60 bilhões anuais.

"Se continuasse estatal, o investimento anual necessário seria de R$ 14 bilhões só para manter sua representatividade. Se fosse usar os recursos dos acionistas, o governo, que hoje detém 60% da companhia, teria de responder por R$ 9 bilhões", ponderou.

Segundo Ferreira, a alavancagem da companhia foi reduzida de 9 vezes no passado para 4 vezes no quarto trimestre (a relação entre dívida líquida e Ebitda). "O esforço da empresa para voltar a ser eficiente é muito grande", afirmou.

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