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LafargeHolcim é acusada de financiar Estado Islâmico

A empresa francesa de cimentos é acusada de ter pago grupos armados como o Estado Islâmico (EI) para manter ativa uma fábrica na Síria

A Lafarge, fundida desde 2015 com a suíça Holcim, é uma das líderes do setor de cimentos no mundo, com um faturamento de 26 bilhões de euros em 2017 (Arnd Wiegmann/Reuters)

A Lafarge, fundida desde 2015 com a suíça Holcim, é uma das líderes do setor de cimentos no mundo, com um faturamento de 26 bilhões de euros em 2017 (Arnd Wiegmann/Reuters)

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EFE

Publicado em 28 de junho de 2018 às 10h47.

Paris - A justiça francesa acusou nesta quinta-feira a empresa de cimentos Lafarge - atualmente fundida com a suíça Holcim - por financiamento terrorista e cumplicidade de crimes contra a humanidade por ter pago grupos armados como o Estado Islâmico (EI) em 2013 e 2014 para manter ativa uma fábrica na Síria.

"A Lafarge SA, como pessoa moral, foi hoje acusada de violação de embargo, de pôr em risco a vida de terceiros, financiamento de um objetivo terrorista e cumplicidade de crimes contra a humanidade", afirmaram à Agência Efe fontes judiciais.

A inculpação de uma empresa por estas acusações é um fato inédito. A ONG Sherpa, que esteve na origem das acusações contra a companhia, afirmou que é a primeira vez que acontece no mundo um caso por cumplicidade de crimes contra a humanidade.

Os magistrados impuseram à Lafarge um controle judicial e a empresa terá que pagar uma fiança, indicaram as fontes, que não informaram a quantia.

A acusação da companhia se soma à de vários dos seus diretores, inclusive do ex-presidente Bruno Lafont.

A Lafarge, fundida desde 2015 com a suíça Holcim, é uma das líderes do setor de cimentos no mundo, com um faturamento de 26 bilhões de euros em 2017, distribuídos por América, Ásia, Europa, África e Oriente Médio. Além disso, empresa emprega 115 mil trabalhadores.

O escândalo em torno da Lafarge começou com uma informação publicada em junho de 2016 pelo jornal francês "Le Monde", que revelou que sua fábrica de Jalabiya tinha pago comissões ao EI entre 2013 e 2014 "para continuar em funcionamento durante a guerra".

A Sherpa, especializada em proteger e defender vítimas de crimes financeiros, denunciou então a companhia em novembro de 2016 diante das suspeitas de que tinha mantido relações econômicas com o grupo terrorista.

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