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Laboratórios apresentam primeiro estudo comparativo sobre remédios para impotência

As subsidiárias brasileiras dos laboratórios europeus Bayer e GlaxoSmithKline divulgaram nesta quinta-feira (9/10) os resultados do primeiro estudo clínico comparativo sobre a eficácia do Levitra, medicamento da Bayer e da Glaxo para a disfunção erétil, e do Viagra, a pílula azul da Pfizer que reinou absoluta neste mercado de 1998 até abril deste ano. O […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

As subsidiárias brasileiras dos laboratórios europeus Bayer e GlaxoSmithKline divulgaram nesta quinta-feira (9/10) os resultados do primeiro estudo clínico comparativo sobre a eficácia do Levitra, medicamento da Bayer e da Glaxo para a disfunção erétil, e do Viagra, a pílula azul da Pfizer que reinou absoluta neste mercado de 1998 até abril deste ano.

O estudo, financiado pelos dois laboratórios, foi desenvolvido em centros médicos de dez países e será apresentado oficialmente neste sábado (11/10), nos Estados Unidos, durante uma reunião da Sociedade Norte Americana de Medicina Sexual (SMSNA).

Embora o Brasil não tenha entrado no estudo, os dois laboratórios vão gastar alguns milhares de reais para divulgar seus resultados também no país o segundo maior mercado consumidor deste tipo de medicamento do mundo. O primeiro passo será dado no final deste mês, no Congresso Brasileiro de Urologia, o maior evento dessa especialidade médica no Brasil. Depois disso, os dois laboratórios darão início a uma rodada de apresentações para urologistas de todo o país. Até o final do ano, cerca de 20 cidades estarão na mira das empresas. Ao seu material promocional e discurso, os cerca de 150 representantes de vendas da Bayer e da Glaxo vão incluir daqui pra frente as informações do estudo que enaltecem o desempenho do Levitra.

Financiar grandes pesquisas clínicas é uma estratégia de praxe no mercado farmacêutico. Quanto mais abrangente for o universo pesquisado e mais renomados os especialistas envolvidos nele, maiores são as chances de seduzir o resto da classe médica e, conseqüentemente, a opinião pública, a respeito dos seus benefícios. No caso dos medicamentos para disfunção erétil, a briga dos laboratórios pelo prêmio de maior reconhecimento científico só está começando.

Até agora, o Viagra está na frente. No mercado há mais tempo, o medicamento tem a maior, para usar um jargão médico, casuística . Ou seja: se um determinado médico quer saber, por exemplo, como um paciente com Doença de Chagas se comporta ao tomar Viagra, as chances de que a Pfizer possa informá-lo são grandes.

A empresa é também quem mais financiou pesquisas sobre o comportamento sexual do homem. Foi com recursos da Pfizer, por exemplo, que o projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas da USP, em São Paulo, realizou o primeiro estudo abrangente sobre o comportamento sexual do homem brasileiro.

No entanto, a Pfizer não é mais a única na festa. Há quatro meses, o mesmo projeto da USP encerrou um segundo estudo sobre o comportamento sexual do brasileiro. Dessa vez bancado pela Lilly, que produz o Cialis. E quanto à Bayer e a Glaxo? "Vamos também financiar um estudo de peso no Brasil", disse Cláudio Péricles, gerente médico da GlaxoSmithKline. O escopo do estudo e quem irá coordená-lo, diz Péricles, será divulgado nos próximos dias.

Melhor ou pior?

O estudo que a Bayer e a Glaxo começarão a divulgar no final deste mês foi realizado com 463 homens com problemas de ereção que apresentavam um histórico de não resposta ao Viagra. Durante 12 semanas, metade desse universo tomou uma placebo, enquanto a outra metade ingeriu comprimidos de Levitra com diferentes dosagens. Resultado, segundo o estudo: ao final do período pesquisado, os homens que tomaram Levitra registraram que tiveram quase três vezes mais chances de obter relações sexuais satisfatórias do que os homens que tomaram o placebo. "O estudo mostra que o Levitra é uma opção para aqueles homens que não encontraram uma esperança no Viagra", diz Eduardo Bertero, chefe do Serviço de Disfunção Erétil do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo. Se conseguir provar isso, Bayer e Glaxo têm boas chances de conquistar novos usuários ou roubar adeptos do Viagra, líder com mais de 60% de participação de mercado. Segundo estimativas da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), cerca de 12 milhões de homens sofrem de disfunção erétil no país.

Até agora, entretanto, o desempenho do Levitra nessa empreitada tem sido menos eficiente que o do concorrente Cialis, que entrou junto no mercado. Segundo dados de julho do IMS, braço do instituto ACNielsen que monitora a indústria farmacêutica, o Levitra é dono de 7% de participação de mercado, enquanto o medicamento da Lilly já possui uma fatia de 24,4%. Executivos da Bayer e da Glaxo, no entanto, afirmam que o ritmo da conquista está como planejado. "Lento, mas consistente", diz Péricles, da Glaxo.

Nos Estados Unidos, o mercado mais atraente do mundo para os laboratórios, onde foi lançado há cerca de um mês, o Levitra já é responsável por cerca de 50% das prescrições médicas. O Cialis ainda espera a aprovação do Food and Drug Administration (FDA), órgão americano responsável pela inspeção de alimentos e medicamentos, para entrar no mercado.

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