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Kraft Heinz investirá R$ 380 mi em nova fábrica no Brasil

Trata-se da primeira planta a ser construída desde que a Kraft e Heinz anunciaram a combinação de seus negócios

Kraft Heinz: a nova unidade vai produzir as linhas da Heinz e da Quero Alimentos (Scott Olson/Getty Images)

Kraft Heinz: a nova unidade vai produzir as linhas da Heinz e da Quero Alimentos (Scott Olson/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de maio de 2017 às 10h03.

Última atualização em 30 de maio de 2017 às 11h22.

São Paulo - A Kraft Heinz - gigante de alimentos que tem como acionistas a 3G, dos bilionários brasileiros Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira, Marcel Telles, e o americano Warren Buffet, da Berkshire Hathaway - deve anunciar hoje a construção de uma nova fábrica no Brasil.

A unidade será erguida na cidade de Nerópolis, em Goiás, com investimentos de R$ 380 milhões. Ao Estado, Pedro Drevon, presidente do grupo no Brasil, disse que a nova planta deverá entrar em operação em abril do próximo ano e vai consolidar a expansão da companhia no País.

A nova unidade vai produzir as linhas da Heinz e da Quero Alimentos, como ketchup, mostarda, maionese e molhos de tomate. É a primeira planta que será construída desde que a Kraft e Heinz anunciaram a combinação de seus negócios, em 2015.

"Será uma fábrica independente da nossa unidade já em operação", disse Drevon. O grupo já possui uma fábrica também no município de Nerópolis, que foi adquirida quando a Heinz comprou Quero Alimentos, em março de 2011.

Embora fique no mesmo município, a segunda fábrica será erguida em local diferente. "A escolha por Goiás foi em função de o Estado ser conhecido como a "casa do tomate". Faz todo sentido fazer o investimento lá", disse o executivo. Mas a motivação não é só essa: o grupo terá a garantia benefícios fiscais do programa estadual Produzir. A expectativa é criar 500 vagas, entre empregos diretas e indiretas. Atualmente, o grupo gera 2 mil empregos.

Ampliação

A fábrica que já está em operação vai receber investimentos de R$ 100 milhões para a modernização e ampliação. "A nossa nova unidade será construída para ser sustentável, com sistema de tratamento de água e energia renovável", disse Drevon.

A Kraft Heinz faturou quase R$ 1 bilhão no País em 2016. Drevon prevê expansão em vendas neste ano, mas evita fazer previsões. Os produtos do vasto portfólio da companhia, segundo ele, têm demanda para atender a todos os tipos de consumidores - desde classe A e B, que consumem a marca Heinz, até a classe média baixa, mais afetada pela crise, que busca produtos da Quero.

A atual unidade produz 23 mil toneladas de produtos por mês. A segunda fábrica começará com capacidade para 15 mil toneladas/mês, segundo o executivo.

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De olho no consumidor de renda mais baixa, a companhia está relançando o suco em pó Ki-Suco, com nova fórmula, e também já colocou no mercado um macarrão instantâneo, do tipo lámen.

Segundo Drevon, há espaço no mercado brasileiro para todos os tipos de produtos e marcas. Segundo ele, o Ki-Suco terá sua produção inicialmente terceirizada, mas poderá ser produzida nas unidades da Kraft Heinz no futuro, mas essa decisão ainda não foi tomada.

A atual crise não pesou contra a decisão da companhia de fazer o investimento no País. Em 2015, quando a Kraft anunciou sua fusão com a Heinz, o novo grupo mapeou onde precisava fazer expansões pelo mundo.

O presidente da Kraft Heinz no País, que iniciou sua carreira no 3G, do trio de bilionários brasileiros, reporta-se diretamente ao executivo Bernardo Hees, que discutiu com os principais acionistas globais a importância do mercado no Brasil.

Complementar

Para o especialista em alimentos e bebidas, Adalberto Viviani, a decisão da Kraft Heinz em investir no Brasil em um momento de recessão é acertada.

"Em períodos de incertezas da economia, empresas com marcas regionais, sem capital de giro são as mais afetadas. Nesse caso, se você tem capital para investir, o melhor a fazer é apostar nos mercados já consolidados, que têm demanda firme", disse.

Segundo Viviani, as diferentes marcas da Kraft Heinz são complementares. Para ele, o fato de a classe média querer manter o padrão de consumo abre oportunidade para aumento de vendas das linhas de negócio do grupo.

Para Drevon, o potencial de demanda pelos produtos da companhia e as vendas efetivas serão o termômetro para que a Kraft Heinz continue investindo no País. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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