Negócios

Justiça impede investigados da BRF de frequentar frigoríficos

A Justiça Federal determinou as medidas cautelares aos investigados após solicitação do Ministério Público Federal em Ponta Grossa (PR)

BRF: a preocupação dos procuradores é que os investigados, uma vez soltos, possam atrapalhar o andamento das investigações (Geraldo Bubniak/Reuters)

BRF: a preocupação dos procuradores é que os investigados, uma vez soltos, possam atrapalhar o andamento das investigações (Geraldo Bubniak/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 10 de março de 2018 às 17h22.

Após o fim da prisão temporária de executivos da BRF Brasil, o juiz federal André Wasilewski Duszczak, da 1ª Vara Federal de Ponta Grossa, no Paraná, determinou o afastamento de cinco investigados da Operação Trapaça de suas atividades profissionais na empresa.

De acordo com a decisão, os funcionários e um ex-vice-presidente da BRF não podem frequentar as unidades frigoríficas nem laboratoriais para que não cometam novas infrações penais.

Deflagrada na última segunda-feira (5), a 3ª fase da Operação Carne Fraca, que tinha como alvo a BRF, investiga crimes supostamente praticados por laboratórios que tinham como objetivo burlar a fiscalização do Ministério da Agricultura.

A Justiça Federal determinou as medidas cautelares aos investigados após solicitação do Ministério Público Federal em Ponta Grossa (PR).

A preocupação dos procuradores é que os investigados, uma vez soltos, possam atrapalhar o andamento das investigações e continuar promovendo as "graves fraudes que, em tese, vinham cometendo". Caso não cumpram as medidas, o magistrado poderá decretar a prisão preventiva dos investigados.

A BRF é uma das maiores empresas de alimentos do mundo, dona das marcas Sadia, Perdigão e Qualy. Ontem, o ex-presidente global do grupo, Pedro de Andrade Faria, foi solto pela Polícia Federal.

A empresa é investigada por fraudar resultados de análises laboratoriais relacionados à contaminação pela bactéria Salmonella pullorum. As fraudes foram constatadas entre 2012 e 2015. Onze pessoas tiveram mandado de prisão decretado, entre elas, ex-executivos do grupo.

Após a operação, a BRF informou que "a companhia segue as normas e regulamentos brasileiros e internacionais referentes à produção e comercialização de seus produtos".

Nomes dos funcionários atingidos pela decisão

De acordo com o MPF no Paraná, deverão ser suspensos os seguintes funcionários: Fabiana Rassweiller de Souza, responsável pelo Setor de Assuntos Regulatórios do Corporativo do Grupo BRF; Décio Luiz Goldoni, gerente agropecuário da planta da BRF de Carambeí; Andre Luis Baldissera, teoricamente afastado da BRF desde a primeira fase da Operação, mas, recebendo salários; Harissa Silverio El Ghoz Frausto, atuante perante os laboratórios de análises que atendiam a BRF; e Helio Rubens Mendes dos Santos, vice-presidente da BRF até 26 de fevereiro de 2018.

Quanto a Helio, embora alegue ter deixado a vice-presidência, o juiz André Wasilewski afirmou que deve ser aplicada a ele a mesma sanção para que não participe do comando da empresa, direta ou indiretamente.

Já a funcionária Natacha Camilotti Mascarello, analista de qualidade da fábrica de rações em Chapecó, teve a medida cautelar determinada em decisão anterior.

Acompanhe tudo sobre:BRFJustiçaOperação Carne FracaPolícia Federal

Mais de Negócios

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia

"Bar da boiadeira" faz investimento coletivo para abrir novas unidades e faturar R$ 90 milhões