Negócios

Juiz destitui Deloitte da recuperação da Sete Brasil

Deloitte foi destituída do processo de recuperação judicial da Sete Brasil e deve ser substituída pelo escritório que cuidou do processo da Varig


	Deloitte: empresa deverá ser substituída pela Licks, que atuou no processo de recuperação da Varig
 (Divulgação)

Deloitte: empresa deverá ser substituída pela Licks, que atuou no processo de recuperação da Varig (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2016 às 09h29.

São Paulo - O juiz Luiz Alberto Carvalho Alves, da 3.ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, destituiu na quarta-feira, 3, a empresa Deloitte Consultores da administração judicial do processo de recuperação da Sete Brasil.

De acordo com sua decisão, a consultoria deixou de cumprir o seu dever ao apresentar o relatório inicial sobre as condições econômico-financeiras da Sete com base apenas em dados da companhia se eximindo de dar opinião sobre os números.

Em sua decisão, o juiz ainda apontou o fato de a Deloitte já ter sido destituída em outros dois processos no Rio de Janeiro "em virtude de eventuais omissões no exercício de suas funções e responsabilidades".

Outro fator levado em consideração foi que a empresa deixou de informar se já tinha prestado qualquer serviço anterior de auditoria para a Sete.

O substituto da Deloitte deverá ser o escritório Licks Contadores Associados, que atuou em processos de recuperação como o da Varig.

O relatório apresentado pela Deloitte, que acabou levando à sua destituição, traz uma série de detalhamentos sobre a Sete desde sua composição acionária, passando pelo cronograma de construção das 28 sondas contratadas pela Petrobras até os detalhes do financiamento contratado pela empresa. Também foram apresentados dados do balanço de 2015, mas que ainda não tinham sido auditados pela consultoria PWC.

O índice do relatório traz uma série de pontos que seriam apresentados como "análise operacional" ou "análise financeira". O problema é que todos os dados foram fornecidos apenas pela companhia, sem que a Deloitte confirmasse a legitimidade dos números ou sem uma opinião da consultoria.

Essa seria uma obrigação do administrador judicial com os credores da companhia. Procurada, a Deloitte disse que foi surpreendida pela decisão e que vai buscar entender melhor os motivos para poder se posicionar.

A recuperação judicial da Sete tem poucos credores, comparada com outras recuperações em andamento. São apenas 40 nomes, mas que têm R$ 12 bilhões a receber. Entre eles estão os maiores bancos do Brasil e fundos do governo.

Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander estão na lista. Além do FI- FGTS e do Fundo Garantidor de Crédito da Construção Naval.

Este último está na lista como o maior credor porque os bancos fizeram empréstimos que eram em parte garantidos pelo fundo. Quando a empresa deixou de pagá-los, os recursos foram sacados. O Standard Chartered, que também emprestou à Sete, foi o primeiro a executar a garantia e recebeu US$ 250 milhões.

Uma curiosidade do relatório é que foi apresentada pela primeira vez a real composição dos acionistas, que aportaram R$ 8 bilhões e já lançaram o investimento a prejuízo. Dentro do FIP Sondas, que tem 95% da Sete, estão o BTG Pactual com 27,56%, seguido de Petros e Funcef, cada um com 17,65%.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:DeloitteEmpresasRecuperações judiciaisSete Brasil

Mais de Negócios

As 15 cidades com mais bilionários no mundo — e uma delas é brasileira

A força do afroempreendedorismo

Mitsubishi Cup celebra 25 anos fazendo do rally um estilo de vida

Toyota investe R$ 160 milhões em novo centro de distribuição logístico e amplia operação