Japan Airlines prioriza retomar rota com Brasil
Empresa declarou falência em 2010 e teve que ser resgatada pelo governo do país
Da Redação
Publicado em 29 de junho de 2016 às 15h50.
Tóquio - A companhia aérea Japan Airlines tem como prioridade restabelecer a rota que liga o país ao Brasil dentro de sua estratégia na América Latina , revelou nesta quarta-feira em entrevista à Agência Efe o presidente da empresa, Yoshiharu Ueki.
Ueki reconheceu que a volta da Japan Airlines à região é uma medida de longo prazo, mas explicou que o Brasil seria a prioridade da companhia por ser um destino com muita demanda, graças ao alto número de brasileiros residentes no Japão - cerca de 180 mil - e de descendentes de japoneses no país - aproximadamente 2 milhões.
"A Japan Airlines tinha voos para São Paulo até 2010. No último dia, muita gente veio se despedir de nós no aeroporto. Isso me impressionou muito. É algo pessoal, e quero ser aquele que irá restabelecer essa rota", disse Ueki, que foi piloto da companhia por 35 anos antes de assumir o cargo de presidente.
A Japan Airlines declarou falência em 2010 e teve que ser resgatada pelo governo do país. Em 2015, cinco anos depois do pedido de recuperação, voltou a apresentar balanço positivo, com um lucro de 210 bilhões de ienes (cerca de R$ 660 milhões) no último ano.
Ueki, que assumiu o cargo de presidente da empresa em fevereiro de 2012, lembra que a Japan Airlines foi, nos anos 80, durante cinco anos consecutivos, a primeira companhia do mundo em número de passageiros e transporte de mercadorias. "Crescemos muito, compramos uma centena de Boeings 747 e declaramos falência", afirmou.
"Após ter sofrido isso, nossa política prioritária agora é apostar pela rentabilidade acima do tamanho de negócio e dar prioridade a qualidade frente à quantidade", explicou.
A Japan Airlines, disse o presidente, renasceu como uma companhia para "clientes premium", tentando oferecer o melhor serviço e uma maior pontualidade em seus voos. Este foi o trunfo da empresa, que tem 11 mil empregados, para tentar lidar com o fenômeno das companhias de baixo, apesar de o segmento ainda ser minoritário no país em relação a outras regiões.
Na América do Sul e do Norte, o volume de viajantes "low cost" é de cerca de 30%, na Europa chega a 35% e aumenta ainda mais na Ásia, com 50% do total. No entanto, apenas quatro companhias de baixo custo operam no Japão, absorvendo somente 10% dos passageiros.
"Acredito que isso poderia crescer um pouco mais no Japão, mas não vejo chegar aos níveis do mundo ocidental. De todas as formas, não competimos com as companhias de baixo custo para conseguir mais clientes. Nos dirigimos a um tipo de passageiro que prioriza a qualidade", indicou o presidente da Japan Airlines.
Apesar das políticas conservadoras de expansão, a companhia quer aproveitar a melhora de sua situação financeira e o potencial dos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio, para crescer. Para o ano do evento esportivo, o Japão espera duplicar o número de turistas que visitam o país, chegando a 40 milhões.
"O Japão enfrenta uma baixa natalidade e um envelhecimento da população, mas a demanda de transporte aéreo crescerá muito entre os países do Sudeste Asiático e da América do Norte. Nós estamos no meio e podemos nos converter em um centro de conexão interessante", explicou Ueki, revelando que 45% dos passageiros da companhia em rotas internacionais são estrangeiros. EFE
Tóquio - A companhia aérea Japan Airlines tem como prioridade restabelecer a rota que liga o país ao Brasil dentro de sua estratégia na América Latina , revelou nesta quarta-feira em entrevista à Agência Efe o presidente da empresa, Yoshiharu Ueki.
Ueki reconheceu que a volta da Japan Airlines à região é uma medida de longo prazo, mas explicou que o Brasil seria a prioridade da companhia por ser um destino com muita demanda, graças ao alto número de brasileiros residentes no Japão - cerca de 180 mil - e de descendentes de japoneses no país - aproximadamente 2 milhões.
"A Japan Airlines tinha voos para São Paulo até 2010. No último dia, muita gente veio se despedir de nós no aeroporto. Isso me impressionou muito. É algo pessoal, e quero ser aquele que irá restabelecer essa rota", disse Ueki, que foi piloto da companhia por 35 anos antes de assumir o cargo de presidente.
A Japan Airlines declarou falência em 2010 e teve que ser resgatada pelo governo do país. Em 2015, cinco anos depois do pedido de recuperação, voltou a apresentar balanço positivo, com um lucro de 210 bilhões de ienes (cerca de R$ 660 milhões) no último ano.
Ueki, que assumiu o cargo de presidente da empresa em fevereiro de 2012, lembra que a Japan Airlines foi, nos anos 80, durante cinco anos consecutivos, a primeira companhia do mundo em número de passageiros e transporte de mercadorias. "Crescemos muito, compramos uma centena de Boeings 747 e declaramos falência", afirmou.
"Após ter sofrido isso, nossa política prioritária agora é apostar pela rentabilidade acima do tamanho de negócio e dar prioridade a qualidade frente à quantidade", explicou.
A Japan Airlines, disse o presidente, renasceu como uma companhia para "clientes premium", tentando oferecer o melhor serviço e uma maior pontualidade em seus voos. Este foi o trunfo da empresa, que tem 11 mil empregados, para tentar lidar com o fenômeno das companhias de baixo, apesar de o segmento ainda ser minoritário no país em relação a outras regiões.
Na América do Sul e do Norte, o volume de viajantes "low cost" é de cerca de 30%, na Europa chega a 35% e aumenta ainda mais na Ásia, com 50% do total. No entanto, apenas quatro companhias de baixo custo operam no Japão, absorvendo somente 10% dos passageiros.
"Acredito que isso poderia crescer um pouco mais no Japão, mas não vejo chegar aos níveis do mundo ocidental. De todas as formas, não competimos com as companhias de baixo custo para conseguir mais clientes. Nos dirigimos a um tipo de passageiro que prioriza a qualidade", indicou o presidente da Japan Airlines.
Apesar das políticas conservadoras de expansão, a companhia quer aproveitar a melhora de sua situação financeira e o potencial dos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio, para crescer. Para o ano do evento esportivo, o Japão espera duplicar o número de turistas que visitam o país, chegando a 40 milhões.
"O Japão enfrenta uma baixa natalidade e um envelhecimento da população, mas a demanda de transporte aéreo crescerá muito entre os países do Sudeste Asiático e da América do Norte. Nós estamos no meio e podemos nos converter em um centro de conexão interessante", explicou Ueki, revelando que 45% dos passageiros da companhia em rotas internacionais são estrangeiros. EFE