Maquininha da Rede: com a isenção da taxa de antecipação de compras feitas no crédito à vista, clientes com receita de R$ 60 mil por ano vão ter uma economia anual de R$ 338 (Germano Lüders/Exame)
Natália Flach
Publicado em 1 de maio de 2019 às 19h46.
Última atualização em 11 de julho de 2019 às 17h21.
São Paulo - Às vésperas de colocar na rua a sua ofensiva para conquistar novos clientes e oferecer uma gama maior de serviços à carteira já existente, a credenciadora de cartões Rede, que pertence ao Itaú Unibanco, detalhou as condições para quem deseja obter os benefícios dos novos planos. Entre as novidades, está o fato de que, a partir desta quinta-feira (2), quem for (ou se tornar) correntista do banco e tiver contratado os produtos da Rede estará isento da tarifa cobrada para fazer uma transferência (TED) por dia — desde que para a mesma titularidade — e poderá fazer até quatro saques por mês sem custos. “Desse modo, cai o argumento de que se trata de venda cruzada, afinal, o correntista pode tirar o dinheiro da conta à vontade”, afirma Marcos Magalhães, presidente da Rede.
No caso dos microempreendedores individuais (mais conhecidos pela sigla MEIs), o benefício está na redução do preço do pacote Conta Certa, que passará de R$ 81 para R$ 25 — novamente, desde que o cliente também tenha contratado os serviços da Rede. O novo valor é menor do que o cobrado pelas concorrentes Stone e PagSeguro, por exemplo, cujo custo total de tarifas é de R$ 30 (sem direito a saque).
As críticas relativas à venda cruzada surgiram logo depois que a Rede anunciou, no dia 17 de abril, que isentaria a tarifa cobrada para antecipar de um mês para dois dias os recebíveis do cartão pago na modalidade de crédito à vista. Segundo os críticos, tratava-se de uma jogada do banco e de sua credenciadora: se por um lado a Rede perdia a receita com a tarifa da antecipação, o Itaú ganhava com as taxas pagas pelos novos correntistas. “Deveríamos ter explicado as condições desde o início. A questão é que ficamos focados nos benefícios e não abrimos a mecânica relacionada à conta corrente”, explica o executivo.
O que significa na prática
Agora, os números. Com a isenção da taxa de antecipação de compras feitas no crédito à vista, clientes da Rede com faturamento de R$ 60 mil por ano vão ter uma economia anual de R$ 338, enquanto empresas com receita de R$ 30 milhões vão deixar de desembolsar quase R$ 127 mil.
Somando outros benefícios, como a redução da tarifa de administração, que é cobrada do comerciante a cada transação (mais conhecida pela sigla MDR), e, em alguns casos, isenção do valor do aluguel da maquininha, o benefício anual da companhia de R$ 60 mil pode chegar a quase R$ 1,3 mil, enquanto a de R$ 30 milhões pode ter um desconto de mais de R$ 200 mil, de acordo com cálculos feitos pela Rede e pelo Itaú, levando em consideração preços médios de mercado.
Já no caso das microempresas, que têm receita mensal de R$ 1 mil a R$ 4 mil, os benefícios com a isenção da antecipação vão de R$ 68 a R$ 271 por ano. Já considerando os demais produtos e serviços, os descontos podem variar de R$ 260 a R$ 1 mil por ano.
Preços
A partir desta quinta-feira (2), a taxa de administração (MDR) cobrada dos lojistas que fazem venda no cartão de débito pelas maquininhas da Rede será de 1,99% (ante um valor entre 2,50% e 2,70% da média de mercado). Já no cartão de crédito à vista, a tarifa será de 3,49% (ante algo entre 4,00% e 4,20%) e no parcelado sem juros, de 3,49% (ante 4,90%). E, caso o comerciante queira antecipar a parcela sem juros, pagará 1,99% (ante 3,10%).
Além disso, o aluguel da maquininha que antes custava R$ 100 cai para R$ 69. “Se o lojista tiver um faturamento anual de mais de R$ 60 mil e optar pelo parcelado sem juros, vamos isentá-lo do aluguel, sendo cliente ou não do Itaú”, afirma Magalhães.
André Daré, diretor de produtos empresas do Itaú Unibanco, explica que não se trata de uma promoção, pois não tem data para acabar. "Além disso, a condição comercial não é obrigatória e o credenciamento não está vinculado à conta corrente”, acrescenta.