Itaú concedeu mais de R$ 5 bi em empréstimos novos para 300 mil clientes
Por causa do isolamento social, o banco teve um aumento de mais de 800.000 novos correntistas nos canais digitais
Natália Flach
Publicado em 22 de maio de 2020 às 12h15.
Última atualização em 22 de maio de 2020 às 14h14.
O Itaú concedeu mais de 5 bilhões de reais em novas linhas de crédito para 300.000 clientes e alongou o pagamento de dívidas de 680.000 correntistas, que somam 22 bilhões de reais. Essas iniciativas fazem parte do plano de saúde financeira lançado pelo banco para ajudar os clientes a atravessar o momento mais agudo da crise. "Nosso objetivo é que a parcela caiba no bolso. Por isso, alongamos o pagamento de empréstimos para pessoas físicas para seis anos e para empresas para cinco anos", afirmaAndré Rodrigues, diretor executivo responsável pelo banco de varejo, em entrevista exclusiva à EXAME.
Além disso, o Itaú participa da iniciativa em conjunto com os demais bancos e o Tesouro Nacional de financiar a folha de pagamento de empresas com faturamento anual entre 360.000 reais e 10 milhões de reais. Nesse caso, o Itaú respondeu por 33% das transações realizadas até o momento, que representaram um desembolso de 550 milhões de reais.
"O objetivo era tirar pressão de liquidez das pequenas e médias empresas. Osentimento é de cooperação, de conspirar para que a economia consiga sobreviver ao que está acontecendo. Acho que esse diálogo construtivo continuará", afirma. Carlos Vanzo, diretor executivo comercial responsável por Itaú Agências, Itaú Uniclass e PMEs, diz que o objetivo não era ter lucro, tanto é que tudo foi feito com taxa de custo.
De fato, as iniciativas vão de encontro ao que os bancos costumam fazer em tempos de incertezas econômicas: fechar a torneira do crédito e aumentar juros. "Ampliamos o escopo de clientes com crédito pré-aprovado e não vamos repassar a volatilidade de preços para eles. No pior cenário, vamos manter o patamar atual. Mas usualmente temos reduzido os juros à medida que o Banco Central reduz a Selic", afirma Carlos Eduardo Peyser, diretor de franquias e estratégia do Itaú. "Mas mais do que isso: a gente tem feito um trabalho de aconselhamento financeiro para ajudar o cliente a escolher a linha de crédito que melhor o atende."
Um legado que deve ficar dessa crise é o número de clientes que usam meios digitais. "Facilitamos a abertura de contas digitais, aumentamos os limites e criamos novas funcionalidades", afirma Flávio Iglesias, diretor de produtos pessoas físicas. O resultado disso é que houve um aumento de 800.000 novos clientes nos canais digitais.
Não à toa, esses canais já respondem por 44% das contratações de produtos tanto de pessoa física quanto de empresas - um aumento de 6 pontos percentuais - e as renegociações de empréstimos de pessoas físicas aumentaram 15 vezes.