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Itaú aposta em títulos da CSN, apesar de perspectivas ruins

Apesar de reconhecer que as coisas provavelmente ficarão piores para a siderúrgica, o banco elegeu os títulos da empresa como uma de suas principais escolhas

CSN: os títulos da siderúrgica já mais do que refletem o panorama obscuro para a empresa (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de junho de 2015 às 16h23.

O Banco Itaú BBA SA não hesita em reconhecer que as coisas provavelmente ficarão piores para a siderúrgica mais endividada do Brasil. Mas isso não impediu o banco de eleger os bonds da empresa como uma de suas principais escolhas.

Os títulos da Cia. Siderúrgica Nacional SA já mais do que refletem o panorama obscuro para a empresa, mesmo com a perspectiva de aumento da dívida e de baixos preços para o aço, disse Soummo Mukherjee, analista do Itaú.

Seus US$ 1,2 bilhão em notas para 2020 têm um yield 2,7 pontos percentuais maior que outras dívidas com classificação similar.

“Os níveis nos quais os bonds estão sendo negociados estão fora da curva e apresentam uma boa oportunidade de compra”, disse Mukherjee, por telefone, de Santiago, Chile.

Com a recessão no Brasil diminuindo a demanda pelo aço, a CSN, que tem sede em São Paulo, disse em maio que o lucro, excluindo itens especiais, encolheu 37 por cento no primeiro trimestre.

A Fitch Ratings reduziu a nota de crédito da CSN na sexta-feira -- terceiro rebaixamento da empresa neste ano -- citando uma alavancagem que atualmente é a mais alta em pelo menos 12 anos.

A agência de classificação manteve a perspectiva negativa para a avaliação BB, dois níveis abaixo do grau de investimento.

A assessoria de imprensa da CSN preferiu não comentar sobre seus bonds e a perspectiva para a empresa.

Os bonds da empresa têm um yield de 9,8 por cento, contra uma média de 7,1 por cento para dívidas que compartilham o rating BB da CSN.

A siderúrgica também está sendo negociada com um desconto muito grande em relação aos seus pares da indústria brasileira, segundo Mukherjee. As notas da CSN rendem 3 pontos percentuais a mais que as da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais SA (Usiminas), de classificação similar.

A Mizuho Securities Co. ainda diz que os bonds não são atrativos porque a CSN enfrenta muitas adversidades.

Dívida aumenta

“Embora o yield seja atrativo, nós não prevemos muito aumento de preço”, disse John Haugh, estrategista da Mizuho para a América Latina, por e-mail.

“Nós esperamos resultados mais baixos dos negócios domésticos da empresa e de suas operações de minério de ferro. Isso se traduzirá em lucros mais baixos pelo restante de 2015 e na deterioração das métricas de crédito”.

A CSN disse no mês passado que sua dívida líquida subiu para R$ 20 bilhões (US$ 6,4 bilhões) no primeiro trimestre, empurrando a alavancagem para 4,85 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização.

Enquanto isso, os preços do minério de ferro estão 66 por cento abaixo de seu pico, em 2011.

“Há expectativa de que a alavancagem deve subir, os preços do minério de ferro não devem se recuperar e o mercado de aço no Brasil continuará sendo difícil”, disse Mukherjee, do Itaú.

"É um cenário desafiador. Mas o downside é limitado.”

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O Banco Itaú BBA SA não hesita em reconhecer que as coisas provavelmente ficarão piores para a siderúrgica mais endividada do Brasil. Mas isso não impediu o banco de eleger os bonds da empresa como uma de suas principais escolhas.

Os títulos da Cia. Siderúrgica Nacional SA já mais do que refletem o panorama obscuro para a empresa, mesmo com a perspectiva de aumento da dívida e de baixos preços para o aço, disse Soummo Mukherjee, analista do Itaú.

Seus US$ 1,2 bilhão em notas para 2020 têm um yield 2,7 pontos percentuais maior que outras dívidas com classificação similar.

“Os níveis nos quais os bonds estão sendo negociados estão fora da curva e apresentam uma boa oportunidade de compra”, disse Mukherjee, por telefone, de Santiago, Chile.

Com a recessão no Brasil diminuindo a demanda pelo aço, a CSN, que tem sede em São Paulo, disse em maio que o lucro, excluindo itens especiais, encolheu 37 por cento no primeiro trimestre.

A Fitch Ratings reduziu a nota de crédito da CSN na sexta-feira -- terceiro rebaixamento da empresa neste ano -- citando uma alavancagem que atualmente é a mais alta em pelo menos 12 anos.

A agência de classificação manteve a perspectiva negativa para a avaliação BB, dois níveis abaixo do grau de investimento.

A assessoria de imprensa da CSN preferiu não comentar sobre seus bonds e a perspectiva para a empresa.

Os bonds da empresa têm um yield de 9,8 por cento, contra uma média de 7,1 por cento para dívidas que compartilham o rating BB da CSN.

A siderúrgica também está sendo negociada com um desconto muito grande em relação aos seus pares da indústria brasileira, segundo Mukherjee. As notas da CSN rendem 3 pontos percentuais a mais que as da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais SA (Usiminas), de classificação similar.

A Mizuho Securities Co. ainda diz que os bonds não são atrativos porque a CSN enfrenta muitas adversidades.

Dívida aumenta

“Embora o yield seja atrativo, nós não prevemos muito aumento de preço”, disse John Haugh, estrategista da Mizuho para a América Latina, por e-mail.

“Nós esperamos resultados mais baixos dos negócios domésticos da empresa e de suas operações de minério de ferro. Isso se traduzirá em lucros mais baixos pelo restante de 2015 e na deterioração das métricas de crédito”.

A CSN disse no mês passado que sua dívida líquida subiu para R$ 20 bilhões (US$ 6,4 bilhões) no primeiro trimestre, empurrando a alavancagem para 4,85 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização.

Enquanto isso, os preços do minério de ferro estão 66 por cento abaixo de seu pico, em 2011.

“Há expectativa de que a alavancagem deve subir, os preços do minério de ferro não devem se recuperar e o mercado de aço no Brasil continuará sendo difícil”, disse Mukherjee, do Itaú.

"É um cenário desafiador. Mas o downside é limitado.”

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