Investigação na Hypera detecta R$ 110 milhões em pagamentos indevidos
Acionista fundador da farmacêutica, João Alves de Queiroz Filho, concordou em reembolsar a companhia sem assumir responsabilidade pelos atos
Mariana Desidério
Publicado em 26 de maio de 2020 às 15h05.
Última atualização em 26 de maio de 2020 às 15h46.
A Hypera Pharma disse que um de seus acionistas controladores reembolsará a empresa após uma investigação interna detectar "pagamentos irregulares" feitos por ex-executivos em conexão com uma investigação criminal, o que fazia as ações da farmacêutica dispararem na bolsa paulista.
A investigação interna, conduzida por um comitê independente em abril de 2018, veio após a Polícia Federal revelar evidências de corrupção de ex-executivos, mostrando que a fabricante de medicamentos havia feito pagamentos irregulares de 110,557 milhões de reais, disse Hypera nesta terça-feira.
A empresa adicionou que nenhum dos indivíduos envolvidos nos atos ilícitos trabalha mais para a empresa ou suas subsidiárias.
A Hypera também disse que seu acionista fundador, João Alves de Queiroz Filho, concordou em reembolsar a Hypera em quatro parcelas "sem assumir a responsabilidade" pelos atos.
A investigação policial foi resultado de um depoimento do ex-executivo Nelson José de Mello.
O comitê especial recomendou que o conselho da Hypera adote medidas para fortalecer os padrões de conformidade e controles internos.
"A conclusão da investigação tem um impacto positivo para a empresa por várias razões", disse Henrique Esteter, analista da corretora Guide. "A perspectiva de melhor conformidade para impedir que essas irregularidades aconteçam novamente também ajuda", acrescentou.
A ação da Hypera subia 8% às 14:20, enquanto o Ibovespa avançava 0,2%.