Investidores repassam a Scalina para a Lupo
A Lupo confirmou ontem a operação, que ainda depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Da Redação
Publicado em 16 de julho de 2016 às 11h22.
São Paulo - A indústria de meias e roupas íntimas Scalina, mais conhecida pela marca Trifil, foi repassada pelos fundadores da companhia e por dois investidores - o fundo de private equity Carlyle e a empresa de investimentos dos controladores do Grupo Boticário - à rival Lupo. Para os envolvidos, a operação colocará um ponto final em uma série de conflitos e de dificuldades comerciais que se arrastam há mais de cinco anos.
A Lupo confirmou ontem a operação, que ainda depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A empresa, que fatura cerca de R$ 670 milhões e tem 320 unidades, disse que a ideia, pelo menos por enquanto, é manter as marcas funcionando separadamente. A Scalina adiciona cem pontos de venda à operação da Lupo.
Quando o fundo Carlyle - um dos mais ativos compradores de empresas no país, tendo investido em negócios como CVC, TokStok e Ri-Happy, entre outros - entrou na Scalina, a ideia era mudar o perfil da companhia, que pertencia à família Heilberg. Na época, faturava cerca de R$ 400 milhões.
A meta era, em poucos anos, elevar a receita para cerca de R$ 1 bilhão e multiplicar o número de lojas. Porém, a expansão nunca saiu do papel, nem com a adição dos donos do Boticário - Miguel Krigsner e Artur Grynbaum - à sociedade, em 2011.
Logo de início, estabeleceram-se conflitos. A família foi retirada do dia a dia da operação, mas os executivos de mercado ficaram pouco tempo na companhia. Segundo uma fonte, a saída abrupta dos Heilberg do negócio teria abalado a relação da Scalina com as lojas multimarca. Embora os pontos de venda próprios fossem a nova estratégia do negócio, as multimarcas representavam, à época, o grosso das receitas.
O objetivo do Carlyle era transformar a companhia em um negócio de varejo; a estratégia nunca foi colocada em prática. Para o fundo, apurou o Estado, a companhia sofria uma dificuldade clara: a de abandonar a mentalidade de indústria para priorizar a demanda dos clientes. Outro projeto aventado foi o oferecimento dos produtos da Scalina nas plataformas de venda direta do Grupo Boticário, ideia que também não se materializou.
Com tantos problemas para implantar mudanças, os novos investidores acabaram por desistir da operação. Já faz ao menos três anos que a estratégia do fundo era conter as perdas geradas pela operação de meias e lingeries. A dificuldade era encontrar interessados.
O valor do repasse da Scalina à Lupo não foi revelado, mas fontes dizem que se trata de uma fração do que os sócios pagaram por suas fatias em 2010 e 2011. Embora o Carlyle nunca tenha divulgado o quanto pagou pela Scalina, estimativas dizem que o investimento ficou em cerca de R$ 400 milhões.
Procurados, Carlyle e Grupo Boticário não retornaram. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - A indústria de meias e roupas íntimas Scalina, mais conhecida pela marca Trifil, foi repassada pelos fundadores da companhia e por dois investidores - o fundo de private equity Carlyle e a empresa de investimentos dos controladores do Grupo Boticário - à rival Lupo. Para os envolvidos, a operação colocará um ponto final em uma série de conflitos e de dificuldades comerciais que se arrastam há mais de cinco anos.
A Lupo confirmou ontem a operação, que ainda depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A empresa, que fatura cerca de R$ 670 milhões e tem 320 unidades, disse que a ideia, pelo menos por enquanto, é manter as marcas funcionando separadamente. A Scalina adiciona cem pontos de venda à operação da Lupo.
Quando o fundo Carlyle - um dos mais ativos compradores de empresas no país, tendo investido em negócios como CVC, TokStok e Ri-Happy, entre outros - entrou na Scalina, a ideia era mudar o perfil da companhia, que pertencia à família Heilberg. Na época, faturava cerca de R$ 400 milhões.
A meta era, em poucos anos, elevar a receita para cerca de R$ 1 bilhão e multiplicar o número de lojas. Porém, a expansão nunca saiu do papel, nem com a adição dos donos do Boticário - Miguel Krigsner e Artur Grynbaum - à sociedade, em 2011.
Logo de início, estabeleceram-se conflitos. A família foi retirada do dia a dia da operação, mas os executivos de mercado ficaram pouco tempo na companhia. Segundo uma fonte, a saída abrupta dos Heilberg do negócio teria abalado a relação da Scalina com as lojas multimarca. Embora os pontos de venda próprios fossem a nova estratégia do negócio, as multimarcas representavam, à época, o grosso das receitas.
O objetivo do Carlyle era transformar a companhia em um negócio de varejo; a estratégia nunca foi colocada em prática. Para o fundo, apurou o Estado, a companhia sofria uma dificuldade clara: a de abandonar a mentalidade de indústria para priorizar a demanda dos clientes. Outro projeto aventado foi o oferecimento dos produtos da Scalina nas plataformas de venda direta do Grupo Boticário, ideia que também não se materializou.
Com tantos problemas para implantar mudanças, os novos investidores acabaram por desistir da operação. Já faz ao menos três anos que a estratégia do fundo era conter as perdas geradas pela operação de meias e lingeries. A dificuldade era encontrar interessados.
O valor do repasse da Scalina à Lupo não foi revelado, mas fontes dizem que se trata de uma fração do que os sócios pagaram por suas fatias em 2010 e 2011. Embora o Carlyle nunca tenha divulgado o quanto pagou pela Scalina, estimativas dizem que o investimento ficou em cerca de R$ 400 milhões.
Procurados, Carlyle e Grupo Boticário não retornaram. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.