Investidores processam VW em busca de mais de 9 bi de euros em compensação
Escândalo que surgiu em setembro de 2015 e já custou 27,4 bilhões de euros à Volkswagen
Reuters
Publicado em 10 de setembro de 2018 às 11h47.
Última atualização em 10 de setembro de 2018 às 11h48.
Alemanha - Investidores processaram a Volkswagen nesta segunda-feira, em busca de 9,2 bilhões de euros para compensar o impacto no preço das ações do escândalo de emissões de diesel, embora o juiz tenha dito que algumas queixas poderiam ser barradas.
Acionistas representando 1.670 queixas buscam compensação sobre o escândalo, que surgiu em setembro de 2015 e custou à Volkswagen (VW) 27,4 bilhões de euros em penalidades e multas até agora.
É provável que apenas algumas das queixas sejam consideradas devido ao estatuto de limitações, disse o juiz presidente Christian Jaede à corte regional superior de Braunschweig, conforme o processo avança, sem dar um número.
O caso é tão complicado que a corte não quer se prender, com muitas questões legais a serem esclarecidas, acrescentou Jaede.
Os requerentes dizem que a VW falhou em sua tarefa de informar os invetsidores sobre o impacto financeiro do escândalo, que se tornou público apenas após a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos emitir um "aviso de violação", em 18 de setembro de 2015.
Se os investidores soubessem sobre as atividades criminosas da VW em testes de emissão, eles poderiam ter vendido as ações mais cedo ou não comprar, evitando assim perdas, argumentam os requerentes.
As ações da VW perderam até 37 por cento do valor dias após as autoridades exporem níveis ilegais de poluição emitidos por carros a diesel da VW.
"A VW deveria ter avisado o mercado que eles trapacearam e levaram ao risco de bilhões", disse Andreas Tilp, um advogado dos requerentes.
A decisão da VW entre 2005 e 2007 de instalar um software de trapaça em carros a diesel foi ilegal, mas não está claro se foi tomada para manter investidores no escuro, disse o juiz Jaede.
Entretanto, Tilp disse que a VW deveria ter tornado público que talvez não atingisse os padrões de emissão dos EUA em termos legais, acrescentando que se a corte não visse desta forma ela limitaria o caso dos requerentes.
A VW admitiu trapaças sistêmicas em emissões, mas nega má conduta em termos de divulgações regulatórias.