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Investidores compram controle da Micelli e Meridional

A holding MO, que agrupa sete investidores brasileiros, adquiriu 53% das duas companhias do setor de saúde

Médicos: o faturamento das duas empresas, juntas, foi de R$ 97 milhões (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2014 às 09h55.

São Paulo - A holding MO, que agrupa sete investidores brasileiros, adquiriu 53% das companhias Micelli, especializada em medicina ocupacional, e da Meridiano, de gestão ambulatorial de empresas, que terão seus ativos combinados.

Segundo Carlos Fagundes, principal investidor da MO, o objetivo da operação é fazer com que essas duas empresas, juntas, tornem-se as grandes consolidadoras desse setor.

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O valor do negócio não foi divulgado. A operação foi assessorada pela gestora financeira TreeCorp Investimentos, da qual Fagundes foi um dos seus fundadores e hoje é um dos cotistas.

O faturamento das duas empresas, juntas, foi de R$ 97 milhões no ano passado, dos quais R$ 54 milhões atribuídos à Micelli e R$ 43 milhões à Meridional. Para este ano, a projeção é de que as duas companhias atinjam receita de R$ 110 milhões.

"Adquirimos o controle dessas empresas. A meta é fazer a sinergia entre elas, uma vez que uma complementa a outra", disse Fagundes. O empresário já tem ampla experiência nesse setor.

Fagundes fundou a Polimed, prestadora de serviço de saúde da Oryzon (ex-Visanet), atuou também no desenvolvimento da área de novos negócios e fusões e aquisições da Qualicorp. A MO foi criada por ele e outros investidores para atuar nesse novo segmento.

Segundo ele, os mercados de medicina ocupacional (que faz exames admissional e demissional) e gestão de ambulatórios médicos em empresas são extremamente pulverizados, com centenas de empresas espalhadas pelo País. "As associações de classes desses setores ainda têm poucos dados consolidados", disse.

De acordo com Fagundes, esse mercado deverá se tornar atraente à medida que o governo federal tem procurado passar para o empregador a gestão de saúde de seus funcionários.

O governo começou a fazer um levantamento sobre esse universo de pessoas por meio do NTep (Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário), metodologia que tem o objetivo de identificar quais doenças e acidentes estão relacionados com a prática de uma determinada atividade profissional pelo INSS no Brasil (previsto na lei 8.213/91), e pelo projeto eSocial, que vai unificar o envio de informações pela internet pelo empregador em relação aos seus empregados, que se tornará obrigatório a partir de julho de 2015.

A consolidação desse setor vai forçar a profissionalização desse segmento, afirmou Fagundes. "A associação entre a Micelli, que já é líder de mercado, e a Meridional vai permitir que essa nova empresa torne-se uma consolidadora no setor, por meio de aquisições e crescimento orgânico", disse. Por enquanto, as duas empresas vão operar com CNPJs diferentes.

Concorrentes

A Micelli tem entre seus clientes Natura, Sapore, Shell, Ipiranga e Cielo, afirmou Fagundes. E a Meridional presta serviço para Ford, Eli Lilly, Itaú e Santander. Juntas, essas duas empresas atendem cerca de 800 mil trabalhadores.

"É um número pequeno se considerar todo o universo de trabalhadores com carteira assinada no País", disse. Também atuam nesse mercado a Porto Seguro Saúde, por meio da empresa Bioqualynet, e a Intermédica, que tem uma divisão especializada em saúde ocupacional.

"Muitas dessas empresas pequenas e médias buscam empresas indicadas por seus contadores para o procedimento de exames admissionais e demissionais e muitas empresas ainda têm estruturas próprias de gestão ambulatorial."

Mesmo com grandes clientes corporativos, a nova empresa a ser criada pela associação entre a Micelli e Meridional quer atingir as médias empresas - um universo que conta com mais de 50 mil companhias espalhadas pelo País. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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