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Erick Isoppo, fundador e CEO da IDB do Brasil Traiding (Divulgação)
Editor da Região Sul
Publicado em 17 de dezembro de 2025 às 14h06.
Nascido em Turvo, município de cerca de 12 mil habitantes no Sul de Santa Catarina, e criado em Jacinto Machado, outra pequena cidade da região, Erick Isoppo construiu uma trajetória que hoje o coloca à frente da IDB do Brasil Trading, uma das dez maiores empresas de importação do Estado, com atuação nacional e movimentação anual de R$ 1,2 bilhão.
A história do executivo segue um roteiro recorrente na Região Sul: origem simples, formação técnica sólida e crescimento sustentado por disciplina e visão de longo prazo. Filho de uma família empreendedora, Isoppo teve contato precoce com o trabalho. Atuou na colheita de maracujá, foi digitador e entregador de jornal impresso e participou de diferentes negócios familiares, que incluíram uma fábrica de bolas de vôlei e, posteriormente, uma empresa agropecuária.
Aos 14 anos, deixou a casa dos pais para estudar em um seminário católico, decisão motivada pela busca por uma formação educacional mais estruturada. Entre os 17 e os 19 anos, acumulou experiência prática no mercado antes mesmo de ingressar na universidade. Mais tarde, já cursando Relações Internacionais em Tubarão, no Sul catarinense, teve o insight que definiria sua trajetória profissional: percebeu que os custos e cálculos da importação eram pouco transparentes e inacessíveis para boa parte do mercado.
A partir dessa constatação, decidiu se especializar em comércio exterior, com o objetivo de transformar complexidade técnica em inteligência aplicada aos negócios. A formação se ampliou com graduação em Administração com foco em Comércio Exterior, pós-graduação e um MBA em Gestão Empresarial. A vivência internacional incluiu dois anos na Inglaterra, período em que aprofundou o entendimento sobre compras internacionais e cadeias globais de suprimentos.
Em 2006, Isoppo fundou a IDB do Brasil Trading em Araranguá, em uma sala de apenas 9 metros quadrados. O modelo inicial, voltado à distribuição, não se mostrou viável, mas serviu como base para ajustes estratégicos que direcionaram a empresa ao seu core business: a importação estruturada. Cinco anos depois, a mudança para Criciúma marcou o início de um ciclo de crescimento mais robusto.
Ao longo dos anos, a IDB consolidou um modelo de atuação focado em importação de ponta a ponta, oferecendo aos clientes gestão operacional, mitigação de riscos, inteligência tributária e segurança jurídica. Atualmente, atende cerca de 150 clientes em todo o país, com forte presença nas regiões Sul e Sudeste, e especialização na importação de alumínio, plásticos, químicos e fios, insumos estratégicos para a indústria de transformação.
Os números refletem essa escalada. Em 2024, a empresa superou a meta de R$ 900 milhões e encerrou o ano com movimentação de R$ 915,77 milhões. Para 2025, a projeção é alcançar R$ 1,2 bilhão, com expectativa de crescimento adicional de 8% em 2026. Entre 2020 e 2024, a companhia praticamente dobrou de tamanho, saindo de cerca de R$ 450 milhões para uma média próxima a R$ 1 bilhão.
Parte desse desempenho está associada à modernização dos processos. No início da operação, a habilitação no Radar da Receita Federal levou seis meses e toda a rotina era baseada em documentos físicos. Com o avanço tecnológico, a empresa incorporou ferramentas de análise de dados, ampliando eficiência operacional, previsibilidade e capacidade de tomada de decisão em um ambiente marcado por volatilidade cambial e regulatória.
Nos últimos anos, essa visão global ganhou uma dimensão prática. Há cerca de um ano, Erick Isoppo passou a viver em Liverpool, com a esposa e as duas filhas, movimento planejado como um projeto de vida familiar e educacional, sem ruptura com a gestão da IDB. Segundo o executivo, a experiência reforçou a confiança no time e evidenciou a maturidade da organização para operar e crescer independentemente da presença física do fundador.
Com sede em Criciúma e atuação global, a IDB mantém investimentos contínuos em infraestrutura, tecnologia e gestão de pessoas. Apenas em 2024, foram mais de R$ 1 milhão destinados à ampliação da sede, renovação da frota e implantação de soluções tecnológicas, além de treinamentos e iniciativas voltadas à inteligência emocional das equipes.“Em um ambiente volátil, informação, prevenção e leitura de cenário são ativos tão importantes quanto capital”, afirma o executivo.
A cultura organizacional tornou-se um dos pilares da estratégia. A empresa figura entre as três melhores pequenas empresas de Santa Catarina no ranking Great Place to Work e adota metodologias comportamentais nos processos de contratação e desenvolvimento de talentos. No campo da governança, foi uma das primeiras tradings do Estado a estruturar uma política ESG, tornando-se signatária do Movimento ODS Santa Catarina, com ações alinhadas à Agenda 2030.
O impacto econômico local também é mensurável. Recentemente, a IDB foi reconhecida entre as 25 maiores empresas de Criciúma em arrecadação de ISS, reforçando seu papel como agente relevante no desenvolvimento regional.
Em um cenário de comércio exterior pressionado por oscilações cambiais, mudanças tributárias e reconfiguração das cadeias globais, a estratégia da IDB tem sido antecipar riscos e oferecer previsibilidade à indústria nacional. Para Erick Isoppo, o crescimento da empresa está diretamente ligado à capacidade de transformar incerteza macroeconômica em planejamento.