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Indústria automotiva eliminou 900 vagas em outubro

Após as recentes demissões, o setor encerrou o décimo mês do ano com 132,7 mil empregados, queda de 0,6% na comparação com setembro


	Montadora de carros: O segmento de máquinas agrícolas teve recuo de 0,5% no número de empregados ante setembro e de 17,3% na variação anual
 (Germano Luders/Exame)

Montadora de carros: O segmento de máquinas agrícolas teve recuo de 0,5% no número de empregados ante setembro e de 17,3% na variação anual (Germano Luders/Exame)

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Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2015 às 12h41.

São Paulo - A indústria automobilística eliminou 900 vagas em outubro, divulgou nesta sexta-feira, 6, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Após as recentes demissões, o setor encerrou o décimo mês do ano com 132,7 mil empregados, queda de 0,6% na comparação com setembro e recuo de 9,7% ante o mesmo mês do ano passado.

Com o resultado, a indústria automotiva já demitiu 11,8 mil empregados em 2015.

Apenas o segmento de autoveículos registrou retração de 0,7% no número de empregados em outubro na comparação mensal, ao totalizar 116,8 mil funcionários. Em relação a outubro do ano passado, a queda foi de 8,6%.

O segmento de máquinas agrícolas teve recuo de 0,5% no número de empregados ante setembro e de 17,3% na variação anual, para 15,8 mil funcionários.

PSI

As mudanças anunciadas pelo governo no Programa de Sustentação do Investimento (PSI) devem prejudicar ainda as mais vendas e a produção do setor automotivo e causar novas demissões, alertou o presidente da Anfavea, Luiz Moan.

"Isso nos preocupa, porque as montadoras já estavam encontrando um ponto de equilíbrio em relação ao emprego, com o PPE (Programa de Proteção ao Emprego) e as férias coletivas, mas sem o PSI isso pode ficar mais difícil", explicou.

Entre as mudanças no PSI, estão o corte de R$ 30,5 bilhões no limite de empréstimos e o prazo de protocolação dos pedidos de financiamento, que ficou definido em 30 outubro, e não para 30 de dezembro, como esperava o setor.

"O que mais impactou negativamente foi a fixação dessa data de protocolação. Quando essa data foi anunciada (no dia 23 de outubro), houve uma corrida de pedidos de financiamento, o que desestabilizou toda a previsão do setor", disse. "Resta saber se esses pedidos serão confirmados ou não", acrescentou.

Moan lembrou que o nível de emprego tem relação direta com a produção e, se as vendas e a produção caem, o emprego pode ser prejudicado.

"Algumas empresas tinham uma previsão de produção que contavam com o PSI, e contando com esse mecanismo, fizeram o seu planejamento. Sem o PSI, você rompe o planejamento das empresas", afirmou.

Estoques

O presidente da Anfavea informou nesta sexta que os estoques totais das montadoras de veículos em outubro sustentam vendas para 53 dias, considerando o ritmo de vendas do mês. A conta para setembro, considerando o ritmo de outubro, também era de 53 dias.

Segundo a Anfavea, os estoques totais passaram de 342,1 mil unidades em setembro para 340,6 mil em outubro.

Os estoques das concessionárias cresceram de 207,3 mil (32 dias) para 201,7 mil (31 dias) unidades de setembro a outubro e o das fábricas saíram de 134,8 mil (21 dias) para 138,9 mil (22 dias) unidades entre os dois meses.

Veículos Flex

A fatia de automóveis e veículos comerciais leves biocombustíveis (flex) ficou em 88,6% em outubro, patamar acima do verificado em setembro: 88,1%.

Ao todo, os veículos flex somaram 164.256 unidades no décimo mês do ano. Em outubro de 2014, a participação das vendas dos veículos flex era a mesma, de 88,6%.

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