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Incorporadoras lançam mais no interior

O crescimento orgânico das cidades médias, aliado à migração de paulistanos para fora da capital, deve criar uma demanda estável nessas áreas


	Interior de São Paulo: o crescimento orgânico das cidades médias, aliado à migração de paulistanos para fora da capital, deve criar uma demanda estável nessas áreas
 (Divulgação)

Interior de São Paulo: o crescimento orgânico das cidades médias, aliado à migração de paulistanos para fora da capital, deve criar uma demanda estável nessas áreas (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 31 de janeiro de 2015 às 10h55.

São Paulo - Com imóveis mais baratos, mais oferta de empregos e proximidade de centros comerciais, a Região Metropolitana e o interior de São Paulo se tornaram importantes polos de atração para o mercado imobiliário.

O crescimento orgânico das cidades médias, aliado à migração de paulistanos para fora da capital, deve criar uma demanda estável nessas áreas, na avaliação de entidades e empresários do setor.

No ano passado, o mercado imobiliário dos municípios vizinhos à cidade de São Paulo superou até mesmo o da capital. De acordo com a última pesquisa publicada pelo Sindicato da Habitação do Estado (Secovi-SP), a velocidade de vendas de imóveis na Região Metropolitana superou o índice de São Paulo entre setembro e novembro de 2014.

No penúltimo mês do ano, as cidades do entorno registraram 17,1% de comercialização do total de imóveis ofertados, ante 10,1% da metrópole.

De acordo com o presidente do Secovi-SP, Cláudio Bernardes, a Região Metropolitana e o interior do Estado têm custos menores de terrenos e regulação menos onerosa, o que permite a construção de empreendimentos com preços mais acessíveis.

"Parte desse fenômeno é crescimento orgânico, mas parte também é de êxodo da metrópole", afirmou Bernardes. Segundo ele, o valor médio de um apartamento em São Paulo é de R$ 450 mil, enquanto, no interior, não passa dos R$ 300 mil. "Essa diferença faz com que o consumidor aceite morar mais longe do trabalho para comprar uma casa melhor."

Percebendo essa movimentação, as construtoras e incorporadoras que têm empreendimentos no Estado vêm investindo desde 2012 em projetos fora da capital.

Enquanto o volume de unidades lançadas em São Paulo recuou 25% entre 2010 e 2013 (para 33 mil unidades em 2013), os lançamentos na Região Metropolitana caíram cerca de 20%, para 25 mil unidades lançadas no mesmo ano.

Nos nove primeiros meses de 2014, cerca de 31% dos lançamentos realizados pela Cyrela em todo o país estavam concentrados no interior de São Paulo, proporção que não passava dos 17% em 2011.

"São regiões que atraíram muitas empresas e cresceram bastante nos últimos anos", diz Eduardo Leite, diretor de Incorporação da Living Construtora, braço da Cyrela focado no segmento de classe média. "São municípios menos burocráticos e voltados ao investimento."

Já a EzTec, empresa focada na Região Metropolitana, aumentou seu volume de lançamentos fora de São Paulo de 45% das unidades, em 2011, para 74% no ano passado.

Segundo o diretor de relações com os investidores da incorporadora, Emílio Fugazza, quase metade dos clientes que procuram imóveis do grupo nas proximidades da capital são moradores da própria metrópole.

Futuro

"O cidadão que mora na zona norte já não vê tanta diferença entre morar em Guarulhos, o da zona Oeste percebe a aproximação de Osasco, o da zona Sul se vê perto de São Bernardo e Santo André", explicou Fugazza. Para o executivo da Cyrela, essas regiões devem se manter fortes e atrair mais investimento, sem tirar o lugar de destaque da capital no portfólio da empresa. "Eu não vejo indícios de que a demanda no interior continuará mais aquecida do que na capital", disse.

Para o presidente do Secovi-SP, tudo vai depender do nível de desequilíbrio entre os preços praticados na metrópole e nas outras regiões do Estado. "As empresas investem sempre que existe uma demanda real. Precisamos de mecanismos de incentivo para promover preços em São Paulo compatíveis com o poder aquisitivo da demanda. Assim podemos reequilibrar os mercados regionais." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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