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Inadimplência e crédito menor a empresas reduzem lucro do Bradesco

A instituição financeira teve um lucro de 1,724 bilhão no primeiro trimestre, uma baixa de 9,6%

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Os dois fatores preponderantes para a queda de 9,6% no lucro líquido do banco Bradesco no primeiro trimestre foram o crescimento da inadimplência e a redução da carteira de crédito das grandes empresas. A taxa de inadimplência subiu de 3,5% no primeiro trimestre de 2008 para 4,3% agora. Já a carteira de crédito a corporações cresceu de 83,2 bilhões de reais para 81,8 bilhões. Com isso, lucro caiu para 1,723 bilhão de rais.

A queda na carteira de crédito a pessoas jurídicas foi a primeira após 17 trimestres consecutivos de alta. O desafio do banco agora é tentar compensar as perdas e se equilibrar até o quatro trimestre deste ano, período em que se espera uma redução da inadimplência.

 Segundo o vice-presidente do Bradesco, Milton Vargas, a expectativa é de que entre agosto e setembro aconteça um pico de inadimplência (inclui atrasos superiores a 90 dias), registrando 4,9%. No entanto, a partir dessa data, espera-se uma queda consistente dos atrasos juntamente com os juros. “O efeito da crise trouxe muitas dificuldades e fez com que as empresas e pessoas físicas não cumprissem seus compromissos, mas isso não é algo estrutural. Nós já anunciávamos essa tendência”, afirmou Vargas.

Alguns bons indicadores obtidos neste primeiro trimestre são vistos como resultados compensatórios diante dessa queda. São eles: a linha de provisão, com 11,42 bilhões de reais, representando um incremento de 11,3% no trimestre em relação a dezembro de 2008; eficiência operacional, com 41,5%, o que corresponde 0,5 pontos percentuais acima do trimestre anterior; o bom posicionamento da tesouraria; e o melhor desempenho do segmento de seguros e previdência privada, que elevou seu lucro de 550 milhões para 650 milhões de reais.

O Bradesco não tem em vista novas fusões e aquisições para 2009. “É hora de apostar num crescimento orgânico e doméstico, que tem grande potencial”, disse Vargas. Apesar do otimismo a longo prazo, o banco diminui a previsão de novas agências ao longo do ano. Serão inauguradas aproximadamente 100 novas agências, e não mais 180 como haviam anunciado.

Carteira de crédito

O crescimento da carteira de crédito deve ser menor nos próximos meses do que o previsto anteriormente. Porém, o presidente disse poder traçar um panorama mais adequado depois do fechamento dos meses de abril e maio. “A nossa projeção para o mercado financeiro como um todo é de 12%, menor do que os 15% previstos antes. Como o Bradesco costuma ser acima da média nesse quesito, havíamos estimado um crescimento entre 13% e 17%. Porém, de acordo com o cenário atual, parece que estamos mais próximo dos 13%."

Além disso, Vargas enfatizou o enorme interesse em atender a demanda de empréstimos das empresas, que acabaram migrando para os bancos internos devido à crise internacional. E apoiou a queda nas taxas de juros. “É importantíssimo para nós que o juros caiam de forma sustentável. As instituições crescem à medida que os juros diminuem. O ideal é trabalhar com juros baixos e consequentemente com um menor índice de inadimplentes”.
 

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