Negócios

Ikea e outras multinacionais cancelam contratos com JBS

Relatório do Greenpeace afirma que JBS não cumpre suas obrigações socioambientais, e levam clientes a rever acordos

JBS é o maior frigorífico em operação na região da Amazônia, com 30 unidades de abate (Divulgação)

JBS é o maior frigorífico em operação na região da Amazônia, com 30 unidades de abate (Divulgação)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 6 de junho de 2012 às 11h06.

São Paulo -  Pelo menos seis multinacionais europeias cancelaram ou vão cancelar os contratos com o JBS, segundo relatório divulgado pelo Greenpeace. Isso porque, a companhia brasileira não estaria cumprindo com suas obrigações socioambientais, como, por exemplo, garantir que seus produtos venham de áreas livres de desmatamento.

Há três anos, o frigorífico brasileiro assinou um termo de ajuste de conduta com o governo, se comprometendo a não provocar novos desmatamentos na Amazônia para sua cadeia de produção. De acordo com a ONG, no entanto, o JBS não teria dado provas de que está cumprindo o prometido.

Ainda segundo a ONG, as companhias Clarks, Ikea, Princess, Sainsbury’s, Asda e Sligro Food Group já teriam comunicado o JBS do cancelamento dos contratos e só voltarão a fechar negócio com a empresa brasileira depois que ela honrar o compromisso de forma transparente.

“Estamos aguardando as novas diretrizes do JBS para atingir a meta do desmatamento zero. Até que isso aconteça, nós suspendemos a negociação de novos contratos”, afirmou a Princess, em comunicado reproduzido pelo Greenpeace.

O JBS é o maior frigorífico em operação na região da Amazônia, com 30 unidades de abate. Segundo o Greenpeace, a empresa continua “massacrando” a Amazônia, mantendo parceria com  fazendas irregulares, que  fornecem seus gados aos matadouros do JBS.

“O mercado hoje não aceita relações com qualquer crime socioambiental. Já passou da hora de o maior frigorífico do mundo limpar sua lista de fornecedores para garantir que seus consumidores não participem da destruição da Amazônia”, afirmou André Muggiati, coordenador da campanha Amazônia do Greenpeace, em comunicado.

Procurado pela reportagem de EXAME.com, o JBS afirmou que ainda não teve conhecimento do relatório completo, mas assim que tiver, ele será devidamente analisado e os pontos de divergência serão esclarecidos.

“Esperamos que o Greenpeace venha reconhecer que somos uma empresa que se encontra em estágio mais avançado na área de sustentabilidade dentro do setor frigorífico do país, e estamos dispostos a liderar os esforços da indústria nessa área”, disse o JBS, em nota.

Acompanhe tudo sobre:Carnes e derivadosEmpresas abertasEmpresas brasileirasGreenpeaceJBSParcerias empresariais

Mais de Negócios

De hábito diário a objeto de desejo: como a Nespresso transformou o café em luxo com suas cápsulas?

Mesbla, Mappin, Arapuã e Jumbo Eletro: o que aconteceu com as grandes lojas que bombaram nos anos 80

O negócio que ele abriu no início da pandemia com R$ 500 fatura R$ 20 milhões em 2024

10 mensagens de Natal para clientes; veja frases