Iguatemi eleva em quase 19% lucro do 2º tri e vê desafios no 3º tri
Administradora de shopping centers aumentou seu lucro para 60,6 milhões de reais, apoiada em redução de cerca de 30 por cento nas despesas financeiras
Reuters
Publicado em 7 de agosto de 2018 às 18h41.
São Paulo - A administradora de shopping centers Iguatemi aumentou em quase 19 por cento o lucro líquido do segundo trimestre, para 60,6 milhões de reais, apoiada em uma redução de cerca de 30 por cento nas despesas financeiras, o que mais que compensou vendas menores no período.
Os lojistas venderam um total de 3,25 bilhões de reais entre abril e junho, alta de 0,1 por cento ano a ano. No conceito mesmas lojas, no entanto, houve uma retração de 1,9 por cento.
Em 2 de julho, a Reuters antecipou que os shoppings do país estavam propensos a colher resultados mais fracos, com uma combinação de eventos incluindo a greve dos caminhoneiros e a Copa do Mundo de futebol se somando ao ritmo mais lento que o esperado da recuperação econômica do país.
"É muito difícil segregar os efeitos porque tudo aconteceu simultaneamente", disse à Reuters a diretora financeira do Iguatemi, Cristina Betts, destacando a forte base de comparação com 2017 --quando o governo liberou o saque de contas inativas do FGTS--, o que juntamente com as eleições deverá repercutir no desempenho do terceiro trimestre.
A executiva observou que julho é um mês tipicamente mais fraco, mas este ano rendeu números ainda menos expressivos devido à Copa do Mundo de futebol. "Mas ainda é meio cedo para dizer como será o terceiro trimestre", ressaltou.
Em 2018, as ações da Iguatemi acumulam baixa de quase 40 por cento, enquanto a principal concorrente Multiplan tem queda de pouco mais de 15 por cento desde o começo do ano.
Mas a diretora financeira segue confiante de que a empresa entregará a expectativa de um crescimento de 2 a 7 por cento na receita líquida de 2018. No segundo trimestre, o faturamento subiu 3,3 por cento sobre igual intervalo de 2017, para 175 milhões de reais, refletindo a redução de descontos a alguns lojistas.
Como resultado, o indicador de aluguel mesmas áreas subiu 5,7 por cento no trimestre encerrado em junho. Ao mesmo tempo, o índice de inadimplência aumentou 0,4 ponto percentual, para 1,6 por cento.
"Só tiramos desconto de quem sabemos que pode pagar... Essa inadimplência é a fotografia de quem está em atraso há 30 dias por causa das discussões em andamento", explicou a executiva.
Entre abril e junho, o desempenho operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) avançou 1,6 por cento na base anual, para 132,5 milhões de reais. A margem Ebitda foi de 75,7 por cento, caindo ante os 77 por cento do segundo trimestre do ano passado, mas ficando dentro do intervalo de 75 e 79 por cento projetado para 2018.
O Iguatemi mantém a previsão de investir 170 milhões a 220 milhões de reais em 2018, dos quais 65 milhões de reais já foram desembolsados nos seis primeiros meses do ano, com a maior parte dos recursos destinada à conclusão de outlet em Santa Catarina.
O grupo acumulava uma dívida total de 2,175 bilhões de reais ao fim de junho, com prazo médio de quatro a sete anos. Enquanto isso, a alavancagem medida pela relação de dívida líquida sobre o Ebitda era de 2,84 vezes, estável ante o primeiro trimestre de 2018 e 3,14 vezes no segundo trimestre de 2017.