Hypermarcas deve repassar alta do dólar aos preços no 4º tri
O presidente da companhia, Claudio Bergamo, indicou que as fraldas serão os produtos da companhia mais afetados pela mudança no patamar do câmbio
Da Redação
Publicado em 6 de agosto de 2013 às 13h24.
São Paulo - A Hypermarcas tem estoque bastante para não ter que repassar o aumento de custos que teve com a alta do dólar, mas admite mexer nos preços a partir do quarto trimestre, afirmou o presidente da companhia de bens de consumo, Claudio Bergamo.
Em teleconferência com analistas nesta segunda-feira, o executivo indicou que as fraldas serão os produtos da companhia mais afetados pela mudança no patamar do câmbio.
"A partir do quatro trimestre em diante vamos repassar o aumento do dólar para os preços e ver volatilidade no momento dessa transição", disse Bergamo.
Ele acrescentou que, do lado operacional, a Hypermarcas pesquisa alternativas de fornecedores na Argentina que também "são dolarizados, mas um pouco menos rigorosos".
Ele ressalvou, no entanto, que essa alternativa será usada com cuidado. "À medida que a gente sofrer qualquer pressão para colocar em risco nossas margens, vamos repassar para o mercado".
O diretor financeiro, Martim Mattos, disse que a companhia também vem buscando alongar o perfil da dívida para aumentar a liquidez do caixa e, com isso, "ter a opção de diminuir a exposição cambial mais a longo prazo".
De março para junho, pressionada pela alta do dólar, a dívida líquida da companhia cresceu em 218 milhões de reais, para 2,82 bilhões de reais.
Em relatório, o banco Fator classificou as despesas financeiras líquidas como o "ponto negativo do trimestre", mesmo diante de uma redução de 22,3 milhões de reais ante igual período de 2012.
Os analistas liderados por Pedro Zabeu afirmaram que o avanço do dólar deixou à mostra um ponto sensível da empresa.
"Quando colocamos os resultados financeiros lado a lado, fica evidente que a exposição da Hypermarcas ao dólar representa um risco que avança", disseram.
Em relação ao primeiro trimestre do ano, a perda financeira da companhia cresceu quase quatro vezes, para 209 milhões de reais, fundamentalmente impactada pela variação cambial.
Mesmo assim, a Hypermarcas teve lucro líquido de 19,3 milhões de reais de abril a junho, revertendo um prejuízo de 29,9 milhões de reais um ano antes.
O resultado veio acima da expectativa dos analistas e foi ajudado pelo aumento expressivo nas margens brutas na comparação anual: o avanço foi de 1,8 ponto percentual na divisão farma, para 77,1 por cento, e de 4,1 pontos percentuais na divisão de consumo, para 51,4 por cento.
Às 14h11, a ação da companhia na Bovespa subia 2,2 por cento, enquanto o Ibovespa caía 0,25 por cento.
Perspectivas
Depois das manifestações ocorridas no país em junho, que afetaram as vendas de segmentos do setor varejista, o presidente Claudio Bergamo disse que a empresa viu uma melhor demanda do consumidor final no mês de julho.
No segundo semestre, a companhia concentrará esforços no relançamento da marca Monange, com novas fórmulas, embalagens e campanha publicitária, após um trabalho de dois anos, completou Bergamo. (Por Marcela Ayres, edição Aluísio Alves)
São Paulo - A Hypermarcas tem estoque bastante para não ter que repassar o aumento de custos que teve com a alta do dólar, mas admite mexer nos preços a partir do quarto trimestre, afirmou o presidente da companhia de bens de consumo, Claudio Bergamo.
Em teleconferência com analistas nesta segunda-feira, o executivo indicou que as fraldas serão os produtos da companhia mais afetados pela mudança no patamar do câmbio.
"A partir do quatro trimestre em diante vamos repassar o aumento do dólar para os preços e ver volatilidade no momento dessa transição", disse Bergamo.
Ele acrescentou que, do lado operacional, a Hypermarcas pesquisa alternativas de fornecedores na Argentina que também "são dolarizados, mas um pouco menos rigorosos".
Ele ressalvou, no entanto, que essa alternativa será usada com cuidado. "À medida que a gente sofrer qualquer pressão para colocar em risco nossas margens, vamos repassar para o mercado".
O diretor financeiro, Martim Mattos, disse que a companhia também vem buscando alongar o perfil da dívida para aumentar a liquidez do caixa e, com isso, "ter a opção de diminuir a exposição cambial mais a longo prazo".
De março para junho, pressionada pela alta do dólar, a dívida líquida da companhia cresceu em 218 milhões de reais, para 2,82 bilhões de reais.
Em relatório, o banco Fator classificou as despesas financeiras líquidas como o "ponto negativo do trimestre", mesmo diante de uma redução de 22,3 milhões de reais ante igual período de 2012.
Os analistas liderados por Pedro Zabeu afirmaram que o avanço do dólar deixou à mostra um ponto sensível da empresa.
"Quando colocamos os resultados financeiros lado a lado, fica evidente que a exposição da Hypermarcas ao dólar representa um risco que avança", disseram.
Em relação ao primeiro trimestre do ano, a perda financeira da companhia cresceu quase quatro vezes, para 209 milhões de reais, fundamentalmente impactada pela variação cambial.
Mesmo assim, a Hypermarcas teve lucro líquido de 19,3 milhões de reais de abril a junho, revertendo um prejuízo de 29,9 milhões de reais um ano antes.
O resultado veio acima da expectativa dos analistas e foi ajudado pelo aumento expressivo nas margens brutas na comparação anual: o avanço foi de 1,8 ponto percentual na divisão farma, para 77,1 por cento, e de 4,1 pontos percentuais na divisão de consumo, para 51,4 por cento.
Às 14h11, a ação da companhia na Bovespa subia 2,2 por cento, enquanto o Ibovespa caía 0,25 por cento.
Perspectivas
Depois das manifestações ocorridas no país em junho, que afetaram as vendas de segmentos do setor varejista, o presidente Claudio Bergamo disse que a empresa viu uma melhor demanda do consumidor final no mês de julho.
No segundo semestre, a companhia concentrará esforços no relançamento da marca Monange, com novas fórmulas, embalagens e campanha publicitária, após um trabalho de dois anos, completou Bergamo. (Por Marcela Ayres, edição Aluísio Alves)