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Após desencontros, Huawei confirma aporte de 800 milhões em São Paulo

Um dia depois de anúncio feito pelo governador de São Paulo, João Doria, empresa confirmou investimentos para o Brasil entre 2020 e 2022

HUAWEI: desde abril, empresa vende no Brasil os celulares P30 Pro e P30 Lite (Aly Song/File Photo/Reuters)

HUAWEI: desde abril, empresa vende no Brasil os celulares P30 Pro e P30 Lite (Aly Song/File Photo/Reuters)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 10 de agosto de 2019 às 11h47.

Última atualização em 10 de agosto de 2019 às 12h09.

A empresa de tecnologia chinesa Huawei confirmou na manhã deste sábado, 10, que vai de fato investir 800 milhões de dólares em São Paulo.

"A Huawei confirma 800 milhões de dólares de aporte financeiro para São Paulo. O aporte será feito a partir de 2020 até 2022 em São Paulo", afirmou a empresa em comunicado à imprensa divulgado nesta manhã.

A informação do investimento e da abertura de uma fábrica da Huawei em São Paulo haviam sido divulgadas na manhã de sexta-feira, 9, pelo governador de São Paulo, João Doria, que está em viagem à China. Pela tarde, contudo, os porta-vozes da Huawei no Brasil pediram cautela e afirmaram que estudos estavam sendo feitos, mas que o investimento dependeria da performance dos produtos da empresa no Brasil. Agora, veio a confirmação do aporte por parte dos executivos da China.

“Essa reunião definiu as perspectivas de investimentos da Huawei no Brasil e em São Paulo. A Huawei já tem uma fábrica em Sorocaba, no interior de São Paulo, que emprega 2.000 funcionários diretos e 15.000 indiretos. Eles definiram novo investimento em São Paulo: uma nova fábrica em uma nova cidade”, afirmou Doria na sexta-feira, 9, após encontro com executivos da Huawei na China.

A escolha dessa possível cidade, segundo o governo do estado, será feita pela Huawei nos próximos meses. Uma potencial nova fábrica atenderia, além do Brasil, o restante da América do Sul.

A Huawei é atualmente a segunda maior fabricante de celulares do mundo, atrás da sul-coreana Samsung e tendo ultrapassado a americana Apple neste ano. Além da China, a empresa tem forte mercado na Europa.

A chinesa havia deixado de vender seus smartphones no Brasil em 2014, mas, cinco anos depois e tendo saltado de 6% para 19% de participação no mercado mundial, voltou a operar por aqui em abril deste ano. Na nova fase, a estratégia é mais voltada a produtos premium. A Huawei lançou por enquanto dois celulares no Brasil, o smartphone topo de linha P30 Pro e o P30 Lite, versão mais barata.

“A Huawei está no país há 21 anos, sempre presente na transformação digital do Brasil, do 2G até o 4.5G. E agora, na era do 5G, não será diferente. A empresa está animada com as oportunidades no cenário brasileiro e, conforme o desenvolvimento da performance da operação dos smartphones da Huawei no mercado local, considera instalar uma fábrica em São Paulo em um futuro próximo. Mais detalhes serão divulgados em momento oportuno”, disse a empresa em comunicado na sexta-feira, 9, por meio de sua assessoria de imprensa no Brasil.

Para além do desempenho próprio da empresa, as decisões futuras da Huawei vão depender da resolução de uma guerra comercial entre China e Estados Unidos. A Huawei é acusada pelo governo americano de espionagem e o presidente dos EUA, Donald Trump, proibiu as empresas do país de venderem para a companhia chinesa.

O bloqueio pode fazer a Huawei ter de parar de usar em seus celulares o sistema Android, do Google. Por ora, a proibição de Trump foi adiada até o fim de agosto, mas pode vir a entrar em vigor se um acordo não for feito entre China e Estados Unidos.

Neste cenário, a Huawei divulgou também nesta sexta-feira, 9, um sistema operacional próprio, o Harmony, que pode vir a ser usado em seus smartphones caso o bloqueio do Android entre em vigor.

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