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HSBC Brasil descarta venda da Losango no curto prazo

O Bradesco chegou a mostrar interesse pelo negócio, mas as conversações não prosperaram

"A Losango, agora, não está à venda", disse o presidente-executivo do banco, Conrado Engel, em coletiva (Divulgação)

"A Losango, agora, não está à venda", disse o presidente-executivo do banco, Conrado Engel, em coletiva (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de março de 2012 às 14h19.

São Paulo - O HSBC Brasil não pretende se desfazer, pelo menos por enquanto, de seu braço de financiamento ao consumo, a Losango, mesmo em meio a uma estratégia de maior ênfase no varejo em clientes de mais alta renda.

"A Losango, agora, não está à venda", disse a jornalistas nesta terça-feira o presidente-executivo do banco, Conrado Engel, em coletiva para comentar os resultados da instituição em 2011. "Mas podemos reavaliar a decisão no futuro", complementou.

Engel classificou de boatos as informações que circularam pelo mercado no final do ano passado, dando conta de que o HSBC tinha colocado a Losango à venda, num momento em que o grupo tem vendido pelo mundo ativos considerados não estratégicos.

O Bradesco chegou a mostrar interesse pelo negócio, mas as conversações não prosperaram, segundo profissionais do mercado, devido ao preço cobrado pelo HSBC, considerado alto demais pelo banco da Cidade de Deus.

Em meados do ano passado, o HSBC desativou algumas linhas de negócio mais concentradas no que o banco chamou de varejo de massa, como financiamento para compra de veículos e crédito consignado.

Com isso, a carteira de crédito da instituição cresceu 15 por cento no ano, para 59,2 bilhões de reais, em nível inferior à média do sistema financeiro no período. O índice de inadimplência, medido pelas operações vencidas há mais de 90 dias, subiu de 3,6 para 4,3 por cento, no comparativo anual.

Ainda assim, o lucro líquido do grupo no ano passado ficou em 1,35 bilhão de reais no padrão contábil IFRS, montante 7 por cento superior ao apurado em 2010.

De acordo com Engel, a expectativa para este ano é de que a carteira de financiamentos do grupo cresça de 15 a 17 por cento, com ênfase em empréstimos para o comércio exterior, sobretudo para as trocas comerciais entre Brasil e China.

Segundo Engel, no ano passado o banco financiou 9 por cento das transações comerciais entre os dois países. A tendência é manter a aposta no setor, para o qual o HSBC prevê uma expansão média anual de 15 por cento nos próximos anos.


Em 2011, a franquia brasileira respondeu por cerca de 5,5 por cento do lucro global do grupo britânico, que divulgou seus resultados na semana passada. O Brasil é o quarto mercado mais relevante dentro do banco, atrás de Hong Kong, Reino Unido e China.

Para sustenta uma posição de capital mais robusta, em meio aos preparativos para exigências de capitalização mais rígidas dentro do calendário de Basileia III, o banco reduziu a distribuição de dividendos a acionistas no ano passado, de 50 para 10 por cento.

O índice de Basileia do grupo no Brasil no fim de 2011 era de 13,7 por cento, pouco acima do piso de 11 por cento exigido pelo Banco Central. O HSBC considera usar parte do lucro do ano anterior para reforçar o capital.

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