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HP vira modelo de promoção de mulheres na Alemanha

A HP está dando uma lição de promoção de talentos femininos em um momento em que as companhias na maior economia da Europa continuam mostrando lentidão


	HP: a promessa da HP de aumentar a percentagem de mulheres nos níveis mais altos da gestão de 17% hoje para 20 por cento por volta de 2020 a transforma em um exemplo
 (Jim Young/REUTERS)

HP: a promessa da HP de aumentar a percentagem de mulheres nos níveis mais altos da gestão de 17% hoje para 20 por cento por volta de 2020 a transforma em um exemplo (Jim Young/REUTERS)

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Da Redação

Publicado em 2 de fevereiro de 2016 às 20h56.

A Hewlett Packard Enterprise está dando uma lição de promoção de talentos femininos às empresas alemãs, em um momento em que as companhias na maior economia da Europa continuam mostrando lentidão para instalar diversidade nos conselhos mesmo depois da entrada em vigor de cotas impostas pelo governo no dia 1 de janeiro.

A subsidiária com sede em Böblingen, Alemanha, da HPE, a empresa americana de tecnologia chefiada por Meg Whitman, obteve a maior pontuação entre vinte empresas que participaram da pesquisa Women’s Career Index do FKI em 2015.

O grupo de pesquisa com sede em Kronberg mediu o progresso na melhoria do equilíbrio de gênero nos níveis superiores da gestão de companhias com sede ou operações na Alemanha.

A Deutsche Telekom obteve o segundo lugar. O HypoVereinsbank e a Intel também estiveram entre os melhores desempenhos.

A promessa da HPE de aumentar a percentagem de mulheres nos níveis mais altos da gestão de 17 por cento hoje para 20 por cento por volta de 2020 a transforma em um exemplo no que tange à implementação de leis que obrigam as empresas a declarar metas para os conselhos executivos no momento em que o governo da chanceler Angela Merkel promulga uma cota de 30 por cento para os conselhos de supervisão que os administram.

“Não podemos depender de cotas para os próximos vinte anos”, disse Angelika Gifford, membro do conselho responsável pelo software na subsidiária alemã da HPE. Também não se deveria deixar o propósito de aumentar a diversidade para os gerentes de recursos humanos, disse ela. O desenvolvimento de carreiras profissionais “é uma tarefa para o conselho de gestão”.

Metas

Com a nomeação de Claudia Nemat no conselho administrativo da empresa em 2011, a Deutsche Telekom foi uma das primeiras empresas em promover executivas para a gestão superior.

Desde 2014, a companhia organizou programas anuais para treinar mulheres nas habilidades requeridas para participação nos conselhos supervisores e colocou oito delas que se qualificaram no primeiro programa nos conselhos de unidades da Deutsche Telekom desde que concluíram o curso no terceiro trimestre de 2015.

As mulheres estão impulsionando um boom de empregos na maior economia da Europa, onde o desemprego caiu para uma taxa mínima recorde.

O crescimento veloz da participação feminina na força de trabalho nos últimos dez anos implicou que cerca de 73 por cento das mulheres tivessem emprego em 2014, uma alta de 10 pontos percentuais desde 2005, mostraram no mês passado dados publicados pela Agência Alemã de Estatística. Com 78 por cento da população dentre 20 e 64 anos empregada, a Alemanha só perde para o 80 por cento da Suécia na União Europeia.

Contudo, a maior participação no mercado de trabalho não está resultando em aumentos discerníveis na gestão corporativa. Neste quesito, a Alemanha está na metade do ranking europeu, atrás de países como a Noruega, a França e o Reino Unido, segundo um relatório publicado no dia 13 de novembro pelo Instituto de Pesquisa Econômica (DIW, na sigla em alemão)

Ovelha negra

Como 22 por cento das duzentas maiores empresas alemãs não têm mulheres entre os membros dos conselhos supervisores ou não conseguem atingir a cota, “é muito improvável que a maioria das outras empresas siga voluntariamente essas precursoras no futuro imediato”, disse o DIW.

“As empresas alemãs ainda têm um caminho longo e difícil pela frente para conseguir uma maior representação de mulheres nos conselhos corporativos”.

Deixar que as empresas estabeleçam seus próprios objetivos para os conselhos de gestão diminui a responsabilidade das corporações na promoção de líderes mulheres, disse Barbara Lutz, a fundadora do FKI.

“Até mesmo as empresas mais comprometidas só estão conseguindo uma taxa de crescimento de um por cento”, disse ela. “É uma maratona, não uma corrida”.

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