Honda: nos últimos anos, a empresa deixou de reportar acidentes causados por produtos defeituosos, inclusive fatais, ao governo (Bloomberg)
Karin Salomão
Publicado em 9 de janeiro de 2015 às 12h56.
São Paulo - A Honda foi multada em US$70 milhões por desrespeitar leis de segurança. Segundo órgãos reguladores, a empresa deixou de reportar acidentes causados por produtos defeituosos, inclusive fatais, ao governo nos últimos anos.
Quem determinou a multa foi a National Highway Traffic Safety Administration, principal agência dos Estados Unidos que monitora segurança de montadoras e tráfegos.
A montadora deixou de reportar centenas de casos para a agência nos últimos 11 anos. Também deixaram de outras reclamações no mesmo período. Cada uma dessas irregularidades levou a uma multa de US$35 milhões, já que os dois tipos de relatório ajudariam a identificar falhas na segurança.
Entre as queixas não reportadas, oito dizem respeito a problemas com o airbag, feito pela companhia japonesa Takata. Houve inclusive um acidente fatal. A asiática já vinha tendo complicações acerca da segurança de seus produtos, com diversos recalls.
Segundo o New York Times, os airbags explodem violentamente quando ativados, atirando fragmentos de metal. O defeito já causou cinco mortes.
O novo presidente da agência reguladora, Mark Rosekind, afirmou que “o anúncio de hoje [sobre a multa da Honda] manda uma mensagem muito clara à indústria inteira, que as montadoras têm responsabilidade por enviar relatórios completos e a tempo sobre essas informações críticas de segurança”.
“Resolvemos esse assunto e seguiremos nos baseando em ações importantes. Honda já tomou providências para resolver nossas falhas nos relatórios de alerta”, disse Rick Schostek, vice-presidente da montadora nos Estados Unidos em nota.
A Honda já havia recebido informações sobre os equipamentos defeituosos em 2004. Em novembro deste ano, a empresa divulgou que deixou de reportar os casos nos últimos anos.
Uma audiência interna descobriu, na ocasião, que a empresa deixou de comunicar à agência reguladora 1.729 queixas de 2003 a 2014. No período, a empresa apenas repassou 900 críticas à agência americana.