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GVT afasta rumor de venda e foca em TV e banda larga

A Vivendi está se desfazendo de ativos para reduzir sua dívida, mas garantiu que a venda da GVT está 100% descartada


	Técnico da GVT em Campinas: em 2013, a meta de investimento da GVT é de R$ 2,5 bilhões, dos quais R$ 1,8 bilhão já foram desembolsados
 (Kiko Ferrite/EXAME.com)

Técnico da GVT em Campinas: em 2013, a meta de investimento da GVT é de R$ 2,5 bilhões, dos quais R$ 1,8 bilhão já foram desembolsados (Kiko Ferrite/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 25 de outubro de 2013 às 08h51.

rio de Janeiro - De volta ao Brasil após encontro com os controladores da GVT, em Paris, o presidente da operadora de telefonia brasileira, Amos Genish, trouxe na bagagem a certeza de que a companhia estará plenamente integrada ao projeto da “nova Vivendi”.

O grupo francês, dono da GVT, vive uma reestruturação e passará a ter como foco mídia e comunicação. “A venda da GVT está 100% descartada”, afirmou em entrevista ao Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado.

A Vivendi está se desfazendo de ativos para reduzir sua dívida. É o caso da empresa de games Activision Blizzard e da africana Maroc Telecom. Até o início do ano a GVT também estava nessa lista. A reestruturação culminará com o desmembramento da SFR, a segunda maior operadora de telefonia móvel da França.

O executivo israelense cita uma entrevista recente do presidente do conselho do grupo, Jean-René Fourtou, ao jornal Le Monde, em que ele afirma estar “muito feliz por não ter encontrado um comprador para GVT”. Isso por considerar o Brasil um país com “inacreditável potencial de crescimento” e a GVT a única operadora capaz de oferecer internet de alta velocidade.

Posicionada num mercado estratégico, a GVT poderá distribuir o conteúdo digital de outras empresas do grupo - como Universal Music (conteúdo musical) e Grupo Canal (TV paga) - e de parceiras independentes por meio de plataformas de banda larga, TV por assinatura e distribuição de conteúdo de vídeo e áudio sobre banda larga, como faz a Netflix, por exemplo.

Em 2013, a meta de investimento da GVT é de R$ 2,5 bilhões, dos quais R$ 1,8 bilhão já foram desembolsados. Mais da metade dos recursos foi destinada à melhoria da rede e tecnologia. O orçamento para 2014 começa a ser discutido em novembro.

Expansão

Além de intensificar a presença no mercado residencial da capital paulista, onde estreou este ano, os planos da GVT para 2014 incluem iniciar operações em cerca de 14 cidades, a maior parte municípios de médio porte no Rio de Janeiro e São Paulo. A operadora atua em 148 cidades.

A projeção é que a empresa atinja receita de R$ 5 bilhões em 2013, 16,2% mais do que no ano passado. O faturamento é praticamente dividido entre os três segmentos em que a GVT atua: banda larga (em que tem 12% do mercado), TV por assinatura (3%) e telefonia fixa (8%). Nos próximos três anos, diz Genish, a expectativa é que banda larga, TV e serviços de nova geração ultrapassem a telefonia fixa.

“A GVT não é mais uma empresa de telecomunicações convencional. Em pouco tempo não haverá mais a telefonia tradicional no mundo”, diz Genish.A partir dessa percepção, a companhia trabalha para ampliar a convergência de serviços e buscar novas soluções. Um exemplo disso é o Freedom, aplicativo que permitirá o uso da linha fixa da GVT em dispositivos móveis e computadores.

Sobre os atuais movimentos na telefonia nacional, Genish se diz mais atento à possível venda da TIM, com aumento da influência da Telefônica (dona da Vivo no Brasil) na Telco, controladora da Telecom Itália. “Seria menos um competidor. O governo precisa entender melhor como proteger o consumidor de telefonia nesse processo, não só o acionista”, aponta.

A possibilidade de uma união entre GVT e TIM é taxada de “hipótese de analistas” por Genish. Ele afirma que o grupo nunca avaliou as sinergias entre as duas empresas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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