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Grupo italiano compra a Amazon de luxo e cria líder do setor

“Empreendimentos estabelecidos estão sendo cada vez mais perturbados por gigantes tecnológicos”, disse chaiman da controladora da Net-a-Porter


	Net-a-Porter: “Empreendimentos estabelecidos estão sendo cada vez mais perturbados por gigantes tecnológicos”, disse chaiman da controladora da varejista
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Net-a-Porter: “Empreendimentos estabelecidos estão sendo cada vez mais perturbados por gigantes tecnológicos”, disse chaiman da controladora da varejista (Place it)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 31 de março de 2015 às 13h15.

São Paulo - O grupo italiano Yoox confirmou a aquisição da londrina Net-a-Porter, comércio eletrônico de moda de luxo, por US$ 775 milhões. A fusão criará a maior varejista online de bens de luxo do mundo, com valor de mercado de mais de US$ 2,5 bilhões. 

As duas empresas afirmaram que estavam em conversas ontem e confirmaram a fusão nesta terça-feira em comunicado. A Net-a-Porter já era conhecida como Amazon de luxo, por causa do seu tamanho e influência no setor.

A nova empresa se chamará Yoox Net-A-Porter Group e será listada na bolsa italiana, onde a Yoox já opera como companhia aberta.

A empresa criada com a fusão terá mais força para competir no mercado online. Diversas lojas de departamento estão investindo em comércio eletrônico e varejistas como a Amazon.com estão criando seções específicas para luxo, acirrando a concorrência.

“Empreendimentos estabelecidos estão sendo cada vez mais perturbados por gigantes tecnológicos”, disse Johann Rupert, chaiman do grupo Richemont. “É com isso em mente que acreditamos que é importante aumentar a liderança e tamanho, para proteger a singularidade da indústria de luxo”.

“Hoje, abrimos as portas para a maior loja de moda de luxo”, disse Natalie Massenet, fundadora da Net-a-Porter, em um comunicado. 

“Será uma loja que nunca fecha, sem fronteiras geográficas, uma loja que conecta e inspira milhões de consumidores globais preocupados com estilo, oferecendo acesso para as grifes de estilistas mais finas”.

O grupo Richemont terá 50% da nova empresa. No entanto, os seus direitos de voto se limitarão a 25% para preservar a independência da companhia. 

Natalie Massenet será chairman executiva da nova empresa, enquanto Federico Marchetti, fundador e CEO do Yoox, será o presidente. O negócio ainda depende da aprovação dos acionistas do grupo Yoox, o que deve ocorrer em junho de 2015. A aquisição deve estar completa em setembro de 2015.

Depois disso, a companhia deve lançar uma oferta pública de ações para levantar cerca de 200 milhões de euros para aumentar o caixa. 

As negociações entre Richemont e Yoox começaram em 2013, segundo a Bloomberg

Características complementares

As duas empresas foram criadas em 2000. Yoox foi criado pelo ex-investidor Federico Marchetti e a Net-a-Porter pela estilista Natalie Massenent.

As receitas da Net-a-Porter do ano fiscal terminado em 2014 cresceram 23% em relação ao ano passado, chegando a US$ 835 milhões. Já a Yoox obteve um faturamento de US$ 14,8 milhões no mesmo período.

A italiana Yoox desenvolveu um modelo de negócio baseado em revenda de itens não vendidos de grandes grifes, como Dolce & Gabbana, Armani e Cavalli. As peças, de coleções passadas, são vendidas online com desconto.

Já a londrina Net-a-Porter é bem conhecida no mercado de luxo. Ela é controlada pelo grupo Richemont, que também detém as marcas Cartier, de relógios, e Chloe, grife de roupas de luxo. Foi chamada de Amazon de luxo, pelo seu tamanho.

A expansão da varejista é fruto do trabalho da estilista inglesa Natalie Massenet.

Para despertar o interesse de consumidoras, ela achava que o site precisava oferecer atrativos que fossem além dos produtos, como uma equipe de consultores de moda, que fica a postos até aos domingos.

O site londrino, que é visualizado por mais de 2,5 milhões de consumidoras por mês, vende para mais de 170 países e investiu recentemente em centros de distribuição pelo mundo, segundo a BBC.

Na semana passada, surgiu um rumor de que a Amazon.com estaria interessada em comprar a Net-a-Porter por US$ 2 bilhões. O boato foi logo desmentido pela varejista online.

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