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Cutrale e Safra adquirem Chiquita em acordo de US$1,3 bilhão

Pelos termos do acordo, os acionistas da Chiquita vão receber 14,50 dólares por ação em dinheiro, o que avalia a companhia em cerca de 682 milhões de dólare


	Bananas da Chiquita Brands International: empresa foi adquirida pelo grupo Cutrale-Safra por US$ 1,3 bilhão
 (David Paul Morris/Bloomberg)

Bananas da Chiquita Brands International: empresa foi adquirida pelo grupo Cutrale-Safra por US$ 1,3 bilhão (David Paul Morris/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2014 às 12h39.

São Paulo - O grupo formado pela empresa de suco de laranja Cutrale e o banco Safra fecharam acordo nesta segunda-feira para adquirir a empresa norte-americana produtora de bananas Chiquita, em um negócio de 1,3 bilhão de dólares que inclui dívidas.

Pelos termos do acordo, os acionistas da Chiquita vão receber 14,50 dólares por ação em dinheiro, o que avalia a companhia em cerca de 682 milhões de dólares. O Cutrale-Safra venceu uma batalha que durou quase três meses pelo controle da empresa da Carolina do Norte, que rejeitou três ofertas anteriores e tentou uma fusão com a irlandesa Fyffes.

A Chiquita vai tornar-se uma unidade controlada integralmente pelo Cutrale-Safra, uma vez que o negócio seja concluído, segundo um comunicado.

"Para assegurar que a Chiquita tenha a melhor e mais sustentável plataforma neste setor, a Chiquita poderá acessar a grande experiência do Cutrale-Safra em todos os aspectos da cadeia de valor de frutas e sucos e sua ampla experiência financeira", acrescentou o comunicado.

A aquisição é uma vitória para o banqueiro brasileiro de origem libanesa Joseph Safra e para o barão do suco de laranja José Luís Cutrale, que uniram forças para acrescentar a Chiquita aos seu portfólio de negócios, que já inclui laranja, maçãs, pêssego, limão e soja.

Chiquita, Fyffes, Fresh Del Monte Produce e Dole Food controlam o mercado global de bananas, avaliado em 7 bilhões de dólares anuais.

As ações da Chiquita subiram mais de 40 por cento desde 11 de agosto, quando o Cutrale-Safra tornou pública sua intenção de assumir o controle da empresa.

As ações da Chiquita fecharam em 14,16 dólares na sexta-feira.

O Cutrale-Safra também irá assumir as dívidas da Chiquita, com uma unidade do grupo Safra, o banco J. Safra Sarasin AG, ampliando a recompra de títulos de dívida emitidos pela Chiquita com vencimento em 2021.

O negócio ocorre em meio ao esforço de Safra, o banqueiro mais rico do mundo com uma fortuna de 16 bilhões de dólares, de diversificar seus investimentos além do setor bancário, financeiro e imobiliário. Já Cutrale e sua família, que enfrentam o declínio global no consumo de suco de laranja, têm ampliado atuação em novas regiões e produtos, depois de entrarem no negócio de comercialização de grãos em anos recentes.

"Nós esperamos trabalhar com o Cutrale-Safra para garantir uma transição suave e uma transação completa o mais rápido possível", disse o presidente-executivo da Chiquita, Ed Lonergan, segundo comunicado.

A transação está sujeita à aprovação de órgãos regulares e a expectativa é que esteja concluída no início de 2015, segundo o comunicado.

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