Sede da Eletrobras: empresa diz que só negocia salários se empregados voltarem ao trabalho (REUTERS/Pilar Olivares)
Da Redação
Publicado em 6 de julho de 2016 às 10h57.
São Paulo - Os trabalhadores da Eletrobras entram nesta quarta-feira no terceiro dia de greve pedindo um reajuste salarial que reponha a inflação, enquanto a estatal afirma que não vai negociar se não houver um retorno dos funcionários ao trabalho.
Sindicatos preparam um protesto em frente à sede da Eletrobras no Rio de Janeiro a partir das 11 horas desta quarta-feira, onde deverão ser realizadas também assembleias para decidir se a paralisação continuará por tempo indeterminado ou ao menos até sexta-feira, quando seria feita uma reavaliação.
O embate entre a estatal e os funcionários acontece em um momento em que a Eletrobras acumula prejuízos de mais de 30 bilhões de reais desde 2012 e prepara um plano de vendas de ativos para gerar caixa e tocar investimentos.
"A Eletrobras vem conduzindo a negociação... de forma a buscar uma solução que atenda aos anseios dos seus empregados dentro das atuais condições econômico-financeiras da empresa. No entanto, ainda não foi encontrada uma solução financeiramente viável para o acordo", afirmou a estatal em nota à Reuters.
A Eletrobras também disse que "há a garantia de um contingente mínimo de trabalhadores para a manutenção dos serviços essenciais ao fornecimento de energia elétrica".
Na terça-feira, quatro dirigentes sindicais chegaram a ser detidos por, segundo a Eletrobras, impedir a entrada de trabalhadores na empresa e desacatar militares.
Em nota divulgada em seu perfil no Facebook, a Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) afirmou que as prisões foram uma "demonstração de truculência" que mostra "despreparo da direção da holding para negociar de forma democrática com a representação dos trabalhadores". A Eletrobras disse que "lamenta profundamente a prisão dos dirigentes sindicais".