O Greenpeace divulgou nota nesta sexta-feira contestando as informações da Perdigão sobre a existência de transgênicos nos produtos da empresa. Ontem, o Greenpeace afirmou ter encontrado soja transgênica em pelo menos três produtos fabricados pela Perdigão Agroindustrial.

Cerca de 25 ativistas da entidade estiveram ontem (01/08) na sede da empresa, em São Paulo, com o objetivo de "comunicar o resultado de um novo teste" que encontrou soja transgênica no Lanche Chester, Hamburguer de Frango e Almôndegas de Carnees.

Segundo o Greenpeace, a Perdigão se recusou a receber as cópias dos laudos dos testes, que detectaram a presença de soja transgênica em três produtos dessa empresa. "Este ano já foram encontrados transgênicos em cinco produtos da

Perdigão. Estes resultados indicam que se a Perdigão vem,

realmente, adotando medidas de controle para evitar os

transgênicos, estas não estão sendo eficientes e precisam ser reavaliadas", afirma a entidade.

O órgão afirma que as amostras enviadas para teste foram compradas em um supermercado comum, isto quer dizer, que podem ser adquiridas por qualquer pessoa.

Nesta quinta-feira, os ativistas bloquearam parcialmente a saída de caminhões da Perdigão -- onde colaram adesivos com a frase "pode conter transgênicos". Segundo comunicado da entidade, os ativistas tentaram entregar para a direção da empresa uma cópia do laudo emitido pelo laboratório chinês DNA Chips (considerado o melhor do mundo, de acordo com o Greenpeace) e uma carta solicitando que a empresa deixe de usar transgênicos. A Perdigão não recebeu os ativistas.

O Greenpeace já testou seis produtos da Perdigão e, segundo o mesmo comunicado oficial, todos deram resultado positivo para para transgênicos. A Mortadella Bollognella foi testada em março deste ano e, segundo a entidade, apresentou 12% de soja transgênica em sua composição -- o maior índice encontrado em testes encomendados pelo Greenpeace no Brasil.

A Perdigão divulgou um comunicado em que "reafirma que adota medidas rigorosas de controle de Organismos Geneticamente Modificados (OGM) na aquisição de matéria-prima utilizada para a alimentação de seu plantel de animais destinados ao abate, e na preparação de seu produto acabado. Todos esses insumos são adquiridos de produtores nacionais, de acordo com a legislação brasileira que não permite a produção e o cultivo de OGM"

Entre as medidas adotadas pela empresa está a contratação de fornecedores de grãos que asseguram não utilizar OGM. De acordo com a Perdigão, ainda assim são feitos dois testes, carga a carga, antes das encomendas desembarcarem na empresa. Por fim, o extrato de soja (produto final) é analisado pelo laboratório alemão GeneScan.

Além disso, a Perdigão afirma que para os derivados de soja comprados de terceiros são solicitados aos fornecedores laudos laboratoriais que comprovam a ausência de OGM.

O Greenpeace afirma que os testes foram realizados pelo laboratório DNA Chips, "considerado o melhor do mundo por um levantamento realizado pelo Central Science Laboratory de York, a pedido do Ministério de Agricultura, Pesca e Alimento da Inglaterra."