Exame Logo

Gradin e Odebrecht tentam acordo fora dos tribunais

A briga entre as duas famílias baianas arrasta-se desde 2010 na Justiça, quando os dois clãs romperam

Não está mais sobre a mesa a ideia de dar aos Gradin pedaços de empresas do grupo (Mario Tama/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de novembro de 2017 às 09h10.

Enquanto empenham-se em sanar as dificuldades de seu projeto de etanol, os Gradin buscam achar uma saída para um problema mais antigo e rumoroso: a disputa com os Odebrecht .

A briga entre as duas famílias baianas arrasta-se desde 2010 na Justiça, quando os dois clãs romperam. Neste ano, porém, as famílias iniciaram negociações diretas para chegar a um acordo fora dos tribunais.

Veja também

Não é a primeira vez que há uma tentativa de um acerto extrajudicial entre as partes. Mas, diferentemente de outras ocasiões, as tratativas estão mais amigáveis, segundo fontes a par das conversas.

A situação delicada da Odebrecht, que tem dívida bilionária e enfrenta queda de receitas em meio a uma aguda crise de reputação após ser alvo da Lava Jato, ajudou a baixar os ânimos.

A forçosa troca de comando na Odebrecht, que teve de afastar 77 delatores e hoje é presidida por Luciano Guidolin, renovou a interlocução com os Gradin, que ainda são donos de 20,6% da companhia.

Os Gradin, por sua vez, decidiram contratar um executivo para negociar em seu nome. Foi escolhido Pércio de Souza, fundador e sócio da butique de investimentos Estáter, segundo duas fontes com conhecimento das negociações.

Não está mais sobre a mesa a ideia de dar aos Gradin pedaços de empresas do grupo - até porque boa parte dos negócios foi dada a bancos como garantia de empréstimos.

Histórico

As famílias foram sócias por quase 30 anos, mas romperam em 2010. Na época, os Odebrecht quiseram exercer opção de compra oferecendo US$ 1,5 bilhão pela fatia de Victor Gradin e seus filhos, Bernardo e Miguel, então presidentes da petroquímica Braskem e da Odebrecht Óleo e Gás, respectivamente.

Os Gradin recusaram. Diziam que não queriam sair da empresa e, se o fizessem, a conta seria muito mais salgada, de cerca de US$ 5 bilhões. Bernardo Gradin, Odebrecht e Pércio de Souza não quiseram comentar.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:acordos-empresariaisCorrupçãoNovonor (ex-Odebrecht)

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Negócios

Mais na Exame