Eletrobras: governo federal, desde a gestão Temer, busca uma forma de capitalização a estatal (Nadia Sussman/Bloomberg/Bloomberg)
Agência Brasil
Publicado em 28 de março de 2019 às 06h12.
Última atualização em 5 de julho de 2019 às 18h22.
O ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, defendeu, em reunião da Comissão de Minas e Energia da Câmara nesta quarta-feira, 27, a capitalização da Eletrobras. Segundo o ministro, com a capitalização, o Estado reduziria a sua cota de ações da empresa, aumentando a parcela da iniciativa privada.
Albuquerque disse que a estatal, maior empresa de energia elétrica da América Latina, acumulou prejuízos de R$ 22,4 bilhões entre 2012 e 2017 e que "não se verificam condições para contribuir de maneira sustentável para a expansão energética do país". A meta do governo, segundo o ministro, é "reposicionar a Eletrobras como investidor importante na expansão do setor elétrico" sem utilizar recursos da União.
No ano passado, o então presidente Michel Temer tentou avançar com a capitalização da estatal e encaminhou um projeto para o Congresso.
O projeto de Temer previa que a privatização da empresa se daria por um processo de capitalização, até que as ações da União fossem pulverizadas, tornando-a sócia minoritária da empresa, com menos de 50%. Com isso, a Eletrobras passaria a ter capital majoritariamente privado. O governo do emedebista, no entanto, não foi capaz de fazer a matéria avançar no Legislativo.
O ministro negou qualquer orientação do presidente Jair Bolsonaro a respeito da privatização da Eletrobras. Albuquerque disse que o destino da estatal não compete a ele.
"Não recebi a orientação nem de privatizar a empresa e tampouco de não privatizar a empresa, até porque não compete a mim", disse. "Evidentemente que o governo deverá adotar uma posição em relação a esse tema, e tudo o que for feito em relação a empresas estratégicas do país, como Eletrobras ou Petrobras, será debatido de forma transparente".