Android: o órgão de fiscalização de concorrência da Rússia determinou em 2015 que o Google estava infringindo a lei ao exigir a pré-instalação de certos aplicativos em dispositivos móveis (rbulmahn/Reprodução)
Reuters
Publicado em 17 de abril de 2017 às 18h44.
Moscou - O Google, da holding Alphabet, irá abrir o seu popular sistema operacional para celulares, Android, para mecanismos de busca rivais na Rússia, como parte de um acordo firmado depois de dois anos de disputa judicial com autoridades russas.
O acordo estabelece um novo precedente para a gigante de tecnologia, que enfrenta múltiplas denúncias em todo o mundo de que estaria abusando da posição dominante que possui, impondo restrições aos fabricantes de dispositivos baseados no sistema Android, a fim de proteger sua participação no mercado de pesquisas online.
O órgão de fiscalização de concorrência da Rússia (FAS, na sigla em inglês) determinou em 2015 que o Google estava infringindo a lei ao exigir a pré-instalação de certos aplicativos em dispositivos móveis que usavam o sistema operacional Android, após reclamação feita pela russa Yandex.
O Google não exigirá mais exclusividade de seus aplicativos em aparelhos com sistema Android na Rússia e não restringirá a pré-instalação de ferramentas de busca rivais ou outros aplicativos, como parte do acordo com a FAS, segundo disse o órgão regulador nesta segunda-feira.
A empresa também vai desenvolver uma ferramenta permitindo que os usurários escolham um mecanismo de busca padrão em seus aparelhos Android.
O Google confirmou o acordo dizendo que ele atende o interesse de todas as partes envolvidas. A empresa também informou que fechou acordo comercial com a Yandex que "cria novas oportunidades para a Yandex promover seus serviços de busca em conjunto com o Chrome (navegador de internet).
O acordo é válido para um período de seis anos e nove meses e foi aprovado mais cedo nesta segunda-feira por uma corte russa. Segundo os termos acordados, o Google ainda terá de pagar um total de 439 milhões de rublos (7,85 milhões de dólares)em multas.