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Google usa paraísos fiscais para pagar menos impostos

Empresa utiliza brechas nas leis da Irlanda e Holanda para chegar às Ilhas Bermudas e conseguiu economizar 3,1 milhões de dólares nos últimos três anos

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Google: driblando o fisco para pagar menos impostos (Justin Sullivan/Getty Images)

Google: driblando o fisco para pagar menos impostos (Justin Sullivan/Getty Images)

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Marcio Orsolini

Publicado em 31 de julho de 2012, 21h04.

São Paulo - Para ter mais dinheiro em caixa nada melhor do que economizar. A gigante de tecnologia Google aplica muito bem essa teoria, com pitadas de espertezas fiscais. No últimos três anos, a empresa economizou 3,1 milhões de dólares em impostos por meio de técnicas de transferência de lucros de fora dos Estados Unidos para as Ilhas Bermudas através da Irlanda e da Holanda. Isso permitiu que a empresa pagasse apenas 2,4% de impostos sobre os lucros vindos do exterior. As informações são do jornal espanhol El País.

O desvio de lucros começa quando companhias como Google vendem ou licenciam os direitos de propriedade intelectual desenvolvidos nos Estados Unidos para filiais em países com pouca fiscalização. Para as matrizes interessa apenas a venda desses direitos a um preço o mais baixo possível para não ser tributado nos Estados Unidos. O Google recebeu a aprovação do Tesouro americano sobre os preços de transferência. O grupo licenciou sua tecnologia de busca e de publicidade para a Europa, Oriente Médio e África, para uma empresa chamada Google Portugal Holdings, detida pela Google Ireland Limited. A filial irlandesa, em Dublin, que emprega 2.000 pessoas, respondeu por 88% da receita do Google fora os Estados Unidos em 2009.

Mas os lucros não ficam na Irlanda, porque a subsidiária paga 5,4 milhões de dólares em royalties para o Google Ireland Holdings, que afirma ser mantida nas Ilhas Bermudas -- o que a exclui do pagamento de 12,5% de impostos pelas leis irlandesas. Esse valor é passado antes para uma empresa holandesa que envia o dinheiro ao paraíso fiscal. O dinheiro escapa do fisco indefinidamente, embora, em teoria, parte do valor pode ser tributada quando retornar aos Estados Unidos.

O Google, no entanto, não foi acusado de violar leis fiscais. “As práticas da empresa são muito semelhantes aos de muitas outras empresas globais de vários setores”, disse um porta-voz da empresa que se recusou a dar detalhes sobre sua estratégia fiscal. A estratégia do Google, no entanto, não é uma novidade. Empresas como Microsoft e Facebook também fazem o mesmo. O Facebook, a maior rede social do mundo, está preparando uma estrutura similar a do Google para enviar os lucros a partir da Irlanda para as Ilhas Caíman, segundo documentos e fontes ligadas à empresa.
 

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