A companhia aérea Gol acaba de enviar para a Comissão de Valores Mobiliários, CVM, o resultado do quarto trimestre de 2008. De acordo com a documentação, o lucro operacional no período foi de 53,9 milhões de reais. No trimestre anterior, a empresa havia lucrado 61,2 milhões.

Entre outros fatores, esta seqüência positiva mostra que a fusão com a Varig, um problema que afetou os resultados da companhia nos trimestres anteriores, está relativamente bem equacionada. A companhia começa a ganhar sinergias com a integração das rotas e com cortes nos custos.

A má notícia é que o prejuízo total no período subiu consideravelmente, atingindo 680 milhões de reais. No trimestre anterior, este número havia sido de 300 milhões de reais. O resultado negativo aconteceu em função da variação cambial que impactou fortemente as dívidas em dólar da companhia. Operações de hedge também contribuíram para tal prejuízo.

Como reação, a Gol registrou na CVM uma ata do Conselho onde decide fazer uma capitalização na empresa de 200 milhões de reais. De acordo com o documento, será feita uma emissão de ações em que os controladores se comprometem a comprar 75% dos papéis, ou 150 milhões de reais. O resto será oferecido aos acionistas minoritários.

Na Gol, 2009 é visto como um ano difícil. Em debate recente em um seminário, Constantino alertava que este seria "o ano do cliente". Com excesso de oferta, as companhias serão obrigadas a reduzir as tarifas e a trabalhar com margens mais apertadas.