Gol só iria a mercado para crescer, diz Constantino
Empresa não tem planos imediatos para captar dinheiro, e descarta operações para reforçar caixa e pagar dívidas
Da Redação
Publicado em 15 de dezembro de 2010 às 16h20.
São Paulo – O potencial de crescimento do mercado aéreo continua "extraordinário", segundo o presidente da Gol, Constantino de Oliveira Jr. A dúvida é como as medidas do governo repercutirão no setor. Praticamente às vésperas de receber os dois eventos esportivos mais importantes do planeta – a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas de 2016 -, Constantino afirma que o governo tanto pode acelerar, quanto retardar a expansão do setor.</p>
E, para responder à demanda por crescimento, a Gol não descarta buscar dinheiro no mercado. "Dependendo de como a Gol vai crescer, o aumento de capital pode ser uma opção", disse Constantino a jornalistas na manhã desta quarta-feira (15/12). Não existe hoje nenhum cronograma estabelecido, nem plano para emissão de ações, de como ou quando vai ser, mas a empresa sempre vai estar aberta a oportunidades, segundo Constantino.
O que mais indica o ritmo de crescimento futuro de uma companhia aérea é o seu plano de expansão da frota. A frota atual da Gol é de 112 aeronaves, e a empresa tem um ambicioso programa de renovação dos aparelhos. Até 2016, a companhia espera receber 104 jatos da Boeing. Parte deles será usada para ampliar a frota. Outros substituirão aeronaves mais velhas. Tanto que, apesar do ritmo de recebimento de novos aviões, a Gol espera fechar 2011 com 115 unidades no ar.
Caso a demanda do setor aumente mais que o previsto, a empresa não descarta usar os aviões para ampliar a frota mais rápido, deixando de lado um pouco os planos de renovação. De qualquer forma, a empresa não enxerga a necessidade de captar dinheiro no mercado para bancar a compra de aviões neste momento.
Dívidas
Outro motivo que poderia levar a Gol ao mercado é captar dinheiro para pagar ou rolar dívidas, mas mesmo isso, por ora, parece não preocupar a empresa. "Praticamente não temos dívida de curto prazo", disse o diretor financeiro da Gol, Leonardo Pereira. Nos próximos 12 meses a dívida de curto prazo é de 337 milhões de reais, sem leasing operacional. A dívida bruta da Gol é de 3,6 bilhões de reais. A dívida total ajustada, incluindo todo o leasing operacional de arrendamento de aeronaves de sete anos é 7,5 bilhões de reais - menos de 10% da dívida está no curto prazo.
O índice de endividamento, que já foi equivalente a 10 vezes o caixa, hoje está em 5,6 vezes. "Não precisamos desalavancar a empresa muito rápido", disse Constantino. O executivo considera que a empresa não tem o risco de vencimento da dívida – grande parte dela formada pelo vencimento de pagamento de aeronaves – logo, não há vencimentos que levem a buscar o mercado, por enquanto.